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Banco do Brasil (BBAS3): por que balanço pode ser a surpresa do setor

Analistas projetam que carteira de crédito considerada defensiva do BB pode segurar o avanço da inadimplência visto em outros bancos

Banco do Brasil pode surpreender com carteira de crédito mais defensiva | Foto: Paulo Whitaker/Reuters (Paulo Whitaker/Reuters)

Banco do Brasil pode surpreender com carteira de crédito mais defensiva | Foto: Paulo Whitaker/Reuters (Paulo Whitaker/Reuters)

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Beatriz Quesada

Publicado em 14 de fevereiro de 2022 às 06h45.

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O Banco do Brasil (BBAS3), maior banco estatal do país, será o último dos gigantes do setor a apresentar seu balanço do quarto trimestre de 2021. O resultado será divulgado nesta segunda-feira, dia 14, após o fechamento do mercado. 

A projeção do mercado é que a companhia apresente um lucro de 4,889 bilhões de reais, o que representaria um avanço de 17% na comparação anual, segundo cálculos da corretora Necton Investimentos.

Assim como os bancos privados, o BB deve ter o seu resultado impulsionado pelo crescimento da carteira de crédito, cujas margens em geral aumentam com a taxa básica de juros, a Selic, mais elevada. A taxa passou de 2% ao ano em março para 9,25% em dezembro do ano passado. Atualmente está em 10,75% ao ano. 

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Analistas projetam que o BB pode surpreender nesta temporada de resultados trimestrais, principalmente se comparado a Santander (SANB11) e Bradesco (BBDC4)

Os dois concorrentes cresceram no crédito, mas tiveram lucros menores que o esperado devido ao aumento da inadimplência – também uma consequência de juros mais altos. E são nesses pontos que o Banco do Brasil pode levar vantagem. 

"Olhando os balanços de setembro. Estimo que o melhor resultado será do BB. Por dois motivos. Quase sem exposição de DTVM em pré ou IPCA. E a qualidade do crédito. Agro e funcionário público", escreveu no Twitter na última quinta-feira, dia 10, Alfredo Menezes, CEO e CIO (head de investimentos) da Armor Capital.

Menezes é um dos maiores especialistas do país no setor bancário, em particular em operações com juros e câmbio. Foi chefe da Tesouraria do Bradesco por mais de uma década. A sua visão é compartilhada por outras casas. 

“A inadimplência deve continuar em níveis controlados, muito em razão da qualidade da carteira de crédito da instituição, que tem forte representatividade nos segmentos rural e imobiliário. São segmentos menos arriscados e que exigem garantias mais robustas”, explicou Guilherme Tiglia, analista da Nord Research

Rodrigo Crespi, analista da Guide Investimentos, destacou que, no terceiro trimestre de 2021, a carteira de crédito do banco tinha 28% de composição voltada para o agronegócio. Trata-se de uma posição muito mais conservadora que a de seus pares. Vale lembrar que grande parte da carteira de crédito dos bancos privados está ligada a pessoas físicas.

“Além disso, o BB tem um índice de cobertura de juros bastante elevado, por volta de 325%, o mais alto de todo o sistema financeiro nacional e bem mais elevado do que o de bancos privados, em torno de 200%”, afirmou Crespi.

Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank, destacou ainda que a Previ – o fundo de pensão dos funcionários do BB – será outro ponto de atenção no balanço. 

“A expectativa é que o resultado venha impulsionado por ganhos de tesouraria da Previ. O banco está barato e tem tudo para que suba o seu valor de mercado", avaliou Bresciani.

Crespi afirmou que o momento atual é um bom ponto de entrada para compra dos papéis do BB. 

O preço-alvo da corretora para as ações é de 40 reais, o que representa um potencial de valorização (upside) de quase 20% em relação ao preço de fechamento do último pregão, na sexta-feira, dia 11, de 33,40 reais.

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