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Banco do Brasil pode fazer captação externa com queda de juros

Objetivo da instituição é se beneficiar da baixa dos custos que acompanha a redução dos rendimentos dos títulos do Tesouro americano

O banco vendeu mais papéis em maio, aproveitando a demanda maior pelos ativos e a maior liquidez internacional (Divulgação)

O banco vendeu mais papéis em maio, aproveitando a demanda maior pelos ativos e a maior liquidez internacional (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 25 de maio de 2011 às 12h10.

Rio de Janeiro - O Banco do Brasil SA, maior banco da América Latina em ativos, pode fazer novas captações externas neste ano para se beneficiar da queda dos custos que acompanha a redução dos rendimentos dos títulos do Tesouro americano.

“Olhando para um gráfico dos Treasuries nas últimas décadas, nós vemos que estamos próximos ao fundo de um vale”, disse o diretor financeiro do banco, Ivan Monteiro, em entrevista por telefone do Rio de Janeiro em 23 de maio. “É natural que os custos de captação baixos façam com que as ofertas de bonds sejam uma alternativa interessante para nós.”

Instituições brasileiras estão aumentando suas captações aproveitando que os juros próximos a zero em nações desenvolvidas têm alimentado demanda para ativos de mercados emergentes. Ao mesmo tempo, a preocupação com o possível agravamento da crise na Europa derruba o rendimento dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos. A taxa média de títulos corporativos do Brasil caiu na semana passada para 5,84 por cento, o nível mais baixo em seis meses, segundo dados do JPMorgan Chase & Co. Os Treasuries americanos de 10 anos tinham rendimento de 3,09 por cento em 18 de maio, o mais baixo desde 7 de dezembro.

Em 19 de maio, o Banco do Brasil, com sede em Brasília, vendeu US$ 1,5 bilhão em bônus subordinados com vencimento em 2022, segundo dados da Bloomberg. Os títulos, que pagam juros de 5,875 por cento, foram vendidos com taxa de 6,05 por cento, ou 287,5 pontos-base mais do que os Treasuries com vencimentos semelhantes. Isso se compara a uma diferença de 300 pontos-base na venda, em setembro, de US$ 600 milhões de papéis de 10 anos.

‘Proxy para economia’

A instituição vendeu mais papéis em maio, aproveitando a demanda maior pelos ativos e a maior liquidez internacional, disse Monteiro.
“Um banco brasileiro como o nosso é uma proxy para a economia do País como um todo. O investidor que compra os nossos bonds está entrando em varejo, seguro, previdência, e outras atividades que fazem parte do nosso negócio”, disse o executivo.

Inicialmente, a oferta de US$ 1,5 bilhão do BB seria de US$ 500 milhões. O montante foi elevado por conta da “demanda extraordinária”, que chegou a US$ 3,75 bilhões, disse Monteiro. A instituição não pretende vender ações no curto prazo.

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