São Paulo - O Santander cortou na terça-feira (17) estimativa de preço para as ações da B2W (BTOW3) e da Lojas Americanas (LAME4) ao final de 2016, citando que a "fragilidade prevalece" no setor e que só enxerga uma recuperação no último trimestre do ano.
O preço-alvo para a B2W foi rebaixado de R$ 13 para R$ 10,50, o que representa um potencial de valorização de 1,55% sobre o fechamento de ontem. Já o preço-alvo para a Lojas Americanas caiu de R$ 17,50 para R$ 17, com potencial de valorização de 5,85%.
Apesar de ter diminuído a estimativa de preço para os papéis da Lojas Americanas, o banco elevou a recomendação para eles de manutenção para compra, levando em consideração a queda dos papéis em torno de 8% em 30 dias até 16 de maio.
Para a B2W, a recomendação do Santander se manteve em underperform ---desempenho abaixo da média do mercado. A revisão do preço-alvo para a companhia ocorre logo após o anúncio de um aumento de capital de R$ 823 milhões.
Segundo os analistas João Mamede e Jéssica Bessa, a operação deve gerar uma diluição de 24% para os atuais acionistas da B2W. Eles esperam que o aumento de capital da empresa seja aprovado até 31 de maio.
"Nós sabemos que a B2W tem uma estratégia clara de se tornar a plataforma e-commerce mais reconhecida no Brasil, mas o cenário para o curto e o médio prazos permanece sombrio", disseram em relatório publicado ontem.
Para os analistas, o comércio digital no país tem sido negativamente afetado não somente pela fraqueza da economia, mas também por uma estratégia mais agressiva de preços dos competidores, o que tem derrubado a lucratividade das empresas no setor.
"A B2W não é uma exceção e deve continuar queimando caixa e aumentando sua alavancagem em vez de crescer com seu negócio", afirmaram Mamede e Jéssica.
Sobre a Lojas Americanas, a equipe de análise do Santander destacou que a fraca performance operacional da B2W, que é responsável pelo site americanas.com, entre outros, elevou as preocupações quanto ao desempenho da companhia.
"Nós estimamos que o atual preço das ações da Lojas Americanas já está considerando uma destruição futura de valor (em torno de R$ 1 bilhão) no negócio online da empresa", afirmaram os analistas.
"Nós também gostamos da ação ordinária [da Lojas Americanas, LAME3] por seu desconto de 30% em relação às preferenciais", completaram.
Fraqueza do varejo
Mamede e Jéssica acreditam que a fragilidade ainda deve prevalecer no setor de varejo, mas há espaço para uma retomada no fim deste ano.
"Enquanto isso, continuaremos observando desempenho de vendas inexpressivo (similar aos níveis deprimidos atuais) em diferentes regiões e categorias de varejo antes de uma retomada notória", disseram.
As vendas de abril ajustadas pelo efeito do calendário cresceram 2,9% sobre o mesmo mês de 2015 em termos nominais e caíram 6,1% na mesma base de comparação em termos reais, segundo o banco.
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1. Oportunidades?
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1/9 (Ueslei Marcelino / Reuters)
São Paulo - O
Senado aprovou nesta quinta-feira (12) a abertura do processo de
impeachment de
Dilma Rousseff. A presidente foi afastada por até 180 dias e quem comandará o país durante este período será o vice
Michel Temer. No mercado de
ações, boa parte da troca de governo já havia sido antecipada pelos investidores, mas ainda
há espaço para novas altas, segundo analistas. Em relatório, o
Santander afirmou que os bancos e as empresas dos setores elétrico, educacional e de infraestrutura deverão ser os mais beneficiados por uma melhora da
Bolsa no pós-Dilma. Navegue pelas fotos e descubra quais são as sete empresas preferidas do banco nestes segmentos e sua avaliação sobre cada uma delas.
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2. Itaú Unibanco (ITUB4)
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2/9 (.)
Segundo o Santander, o Itaú possui retorno sobre o patrimônio líquido maior que de seu principal concorrente e historicamente superior ao seu custo de capital próprio. Além disso, a equipe de análise do Santander também destacou o foco do Itaú na melhora da qualidade de seus ativos, com maior exposição ao
crédito consignado e habitacional. O banco ressaltou ainda o mix de geração de caixa defensivo do Itaú, com apenas um terço do resultado consolidado vindo de novas concessões de crédito. O atual indicador de preço sobre valor patrimonial esperado para o Itaú nos próximos 12 meses está 29% abaixo do valor atingido logo antes do segundo turno das
eleições de 2014 e 15% abaixo de sua média histórica, de acordo com o Santander.
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3. Localiza (RENT3)
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3/9 (Divulgação)
Segundo o Santander, o "forte" resultado trimestral divulgado em abril sugere potencial de revisão positiva nas expectativas do consenso de lucro e
Lajida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) para 2016 e 2017. "Acreditamos que essas revisões positivas ainda não estejam devidamente precificadas", disse a equipe de análise do Santander em relatório. O banco também citou que a Localiza se beneficia da deficitária matriz de infraestrutura brasileira, já que outras alternativas de transporte, como ferroviário e fluvial, não comportam a demanda pelo deslocamento de bens e serviços. Outro ponto positivo ressaltado pelo Santander foi o fato de a Localiza ser detentora da maior frota de
veículos do país, o que lhe garante poder de barganha frente às montadoras, otimizando o Capex e capital de giro.
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4. Kroton (KROT3)
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4/9 (Germano Lüders/EXAME)
Segundo o Santander, a posição de caixa líquido da Kroton deve favorecer futuras
aquisições. A equipe de análise do banco destacou o "audacioso" plano de expansão da empresa, que "deve impulsionar a já forte geração de valor para os acionistas". Além disso, o banco afirmou que o atual indicador de preço sobre
lucro esperado para os próximos 12 meses está 37% abaixo do valor atingido logo antes do segundo turno das eleições de 2014 e 20% abaixo da média histórica.
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5. Banco do Brasil (BBAS3)
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5/9 (Pilar Olivares/REUTERS)
Segundo o Santander, a readequação de algumas normas do Banco Central poderiam diminuir as exigências de capital a alguns tipos de empréstimos, o que possibilitaria melhorar o índice de Basileia do BB sem a necessidade de uma futura nova capitalização. A equipe de análise do Santander citou ainda que o BB é historicamente um bom pagador de
dividendos e também se beneficiaria de uma queda adicional da curva de
juros futuros por conta da melhor percepção de risco. O atual indicador de preço sobre valor patrimonial esperado para o BB nos próximos 12 meses ainda está 39% abaixo do valor atingido logo antes do segundo turno das eleições de 2014 e 23% abaixo da média histórica, de acordo com o Santander.
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6. Rumo Logística (RUMO3)
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6/9 (Divulgação / EXAME)
Segundo o Santander, o aumento de capital finalizado em abril, de R$ 2,6 bilhões, deu folga de caixa para a Rumo lidar com suas obrigações de curto prazo. O banco também citou como ponto positivo para a companhia o fato de ela ter geração de caixa inelástica, já que 80% de todo volume transportado é para o escoamento de
commodities agrícolas do centro-oeste para o Porto de Santos. O alto endividamento da Rumo, de acordo com o Santander, deve se traduzir em menores despesas financeiras num futuro próximo, uma vez que a queda da
Selic se concretize, gerando maior valor para os acionistas. A equipe de análise do banco afirmou ainda que 80% do volume transportado pela Rumo está contratado pelo formato "take-or-pay" e é indexado pela inflação, o que garante maior estabilidade e previsibilidade no volume transportado e nas margens operacionais. Outra vantagem para a companhia é a potencial melhora do ambiente regulatório pós-ruptura política, disse o Santander em relatório.
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7. AES Tietê (TIET11)
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7/9 (EXAME.com)
Segundo o Santander. os contratos firmados pela AES Tietê ao longo do último trimestre de 2015 foram bem recebidos pelo mercado. A companhia vendeu 100 MW para fornecimento de energia em 2017 e 2018 ao preço de R$150/MWh, o que reforça a tese de preços de
energia saudáveis no médio e longo-prazo, de acordo com o banco. A equipe de análise do Santander também citou que a baixa alavancagem da elétrica deve favorecer a participação da empresa em novos leilões de energia durante os próximos anos. Outras duas vantagens destacadas foram o forte
dividend yield de 12% esperado para os próximos 12 meses e a potencial melhora do ambiente regulatório pós-ruptura política.
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8. Veja outras possibilidades na Bolsa
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8/9 (ThinkStock/Minerva Studio)