Ambev: nível mais baixo de desempenho internacional anulou parcialmente o melhor desempenho no Brasil mais uma vez (Ambev/Divulgação)
Repórter Exame IN
Publicado em 2 de março de 2023 às 09h50.
Última atualização em 2 de março de 2023 às 09h53.
Os números da Ambev (ABEV3) no quarto trimestre de 2022 não agradaram a equipe de análise do Credit Suisse. O título do relatório sobre o resultado, assinado pelas analistas Marcella Recchia e Fernanda Sayão, é categórico: "balde de água fria".
No consolidado, o nível mais baixo de desempenho internacional anulou parcialmente o melhor desempenho no Brasil mais uma vez, resultando em uma receita aproximadamente 5% abaixo às estimativas do banco e do consenso de mercado.
O resultado foi negativo apesar de entregar volumes recordes de cerveja brasileira e de não alcoólicos no quarto trimestre, segundo elas. "Ambiente macro mais desafiador, ventos contrários no clima e um bom (mas não ótimo) efeito da Copa do Mundo levaram os volumes de cerveja brasileira a subir 4% na base, abaixo de nossa estimativa já conservadora", escreveram. O banco previa um aumento de 5%.
Juntamente com um crescimento de preço/mix ainda forte de 12,1%, a receita da cerveja brasileira aumentou 16,9%, ligeiramente abaixo da estimativa do banco. Além dos persistentes ventos contrários nos custos de insumos e pressões inflacionárias em despesas de vendas, administrativas e gerais, o Ebitda cresceu 11,2%, implicando margem Ebitda de 28,7%.
"No final das contas, apesar das despesas financeiras abaixo do esperado, o lucro líquido de quase R$ 5 bilhões foi um recorde de baixa qualidade, notavelmente impulsionada pela menor alíquota efetiva devido a pagamentos de juros sobre capital próprio mais altos", escrevem.
As analistas também não viram novidades as perspectivas da administração para o ano fiscal de 2023 não trouxeram grandes surpresas, embora destaque que a empresa ampliou a faixa de projeção para crescimento do CPV (custo por produto vendido) da cervejaria.