A menor aversão a risco dava suporte também ao euro (Joel Saget/AFP)
Da Redação
Publicado em 8 de novembro de 2011 às 19h16.
São Paulo - Os mercados financeiros operavam nesta terça-feira de olho numa votação decisiva na Itália, após os rendimentos dos títulos do país terem batido novos recordes, intensificando preocupações quanto à capacidade de Roma de sustentar sua enorme dívida.
A Câmara Baixa do Parlamento italiano já começou o debate sobre o Orçamento, e a votação-chave para o premiê Silvio Berlusconi, que enfrenta forte pressão para renunciar, está prevista para cerca de 14h.
A Grécia também seguia no radar, em meio às dificuldades na montagem de um governo de coalizão que possa salvar Atenas da bancarrota. O premiê George Papandreou convocou para esta terça-feira uma reunião emergencial de gabinete para chegar a um consenso sobre um novo líder.
Os agentes aguardam ainda detalhes sobre o fortalecimento do fundo de resgate europeu, visto como crucial para evitar defaults na região. A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, pediu que os líderes da zona do euro tragam clareza às regras do fundo, acrescentando que as incertezas sobre esse tema explicam a preferência de emergentes em capitalizar o EFSF via FMI. Em Brasília, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o país está disposto a oferecer recursos ao fundo europeu através do FMI, mas ponderou que isso depende de uma resolução da crise naquele continente, o que ainda não ocorreu.
Apesar das incertezas, investidores preferiam olhar para balanços positivos na Europa, o que amparava a alta nas bolsas de valores europeias e norte-americanas. A menor aversão a risco dava suporte também ao euro.
A Bovespa tinha leve queda, após chegar a subir 0,7 por cento mais cedo. As ações da Usiminas eram um dos destaque negativos do índice, após divulgar seus resultados trimestrais.
A maior produtora de aços planos do Brasil teve lucro líquido de 154 milhões de reais entre julho e setembro, acima do esperado pela média do mercado, mas o desempenho operacional da área de siderurgia seguiu pressionado, como em trimestres anteriores. O mercado aguarda ainda os balanços de ALL e BM&FBovespa .
O dólar e os juros futuros também cediam, num dia de pauta doméstica com divulgações de inflação.
O Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) teve alta de 0,40 por cento em outubro, ante 0,75 por cento em setembro. Já o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) subiu 0,34 por cento na primeira prévia de novembro, ante 0,26 por cento no mês de outubro.
Veja a variação dos principais mercados às 13h01 desta terça-feira:
CÂMBIO - O dólar era cotado a 1,7440 real, em queda de 0,22 por cento frente ao fechamento anterior.
BOVESPA - O Ibovespa recuava 0,11 por cento, para 59.131 pontos. O volume financeiro na bolsa era de 1,6 bilhão de reais.
ADRs BRASILEIROS - O índice dos principais ADRs brasileiros caía 0,08 por cento, a 31.370 pontos.
JUROS - O DI janeiro de 2013 apontava 10,130 por cento ao ano, ante 10,160 por cento no ajuste anterior.
EURO - A moeda comum europeia era cotada a 1,3833 dólar, ante 1,3775 dólar no fechamento anterior nas operações norte-americanas.
GLOBAL 40 - O título de referência dos mercados emergentes, o Global 40, caía a 132,313 por cento do valor de face, oferecendo rendimento de 2,026 por cento ao ano.
RISCO-PAÍS - O risco Brasil caía 7 pontos, para 216 pontos-básicos. O EMBI+ recuava 8 pontos, a 347 pontos-básicos.
BOLSAS DOS EUA - O índice Dow Jones subia 0,36 por cento, a 12.112 pontos; o S&P 500 avançava 0,64 por cento, a 1.269 pontos, e o Nasdaq ganhava 0,93 por cento, a 2.720 pontos.
PETRÓLEO - Na Nymex, o contrato de petróleo de vencimento mais próximo subia 0,84 dólar, ou 0,88 por cento, a 96,36 dólares por barril.
TREASURIES DE 10 ANOS - O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos, referência do mercado, caía, oferecendo rendimento de 2,0256 por cento ante 2,02 por cento no fechamento anterior.