Painel de cotações da B3: temporada de balanços continua no radar dos investidores (Germano Lüders/Exame)
Repórter de Invest
Publicado em 21 de fevereiro de 2024 às 07h08.
Última atualização em 21 de fevereiro de 2024 às 08h16.
O clima é de cautela nos mercados internacionais na manhã desta quarta-feira, 21, com investidores aguardando novidades sobre os juros americanos e acompanhando a temporada de balanços que segue a todo vapor nos Estados Unidos e no Brasil.
Lá fora, o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) divulga hoje a ata da última reunião de política monetária. Investidores esperam que o documento forneça mais pistas sobre quando o Fed irá iniciar o aguardado ciclo de corte de juros no país.
Investidores também aguardam o balanço da Nvidia, que será divulgado hoje após o fechamento do mercado. A fabricante de chips é a nova queridinha do mercado e, embalada pela inteligência artificial, cresceu vertiginosamente no último ano, com alta de mais de 200% nos últimos 12 meses. Hoje a Nvidia vale quase US$ 1,7 trilhões na bolsa e já é mais valiosa que todo o mercado chinês, tendo por base o Hang Seng, índice que concentra os papéis mais negociados na China e em Hong Kong.
Ontem, porém, os papéis da fabricante de chips encerraram o dia em queda de mais de 4%. Embora haja a expectativa de que a Nvidia siga o caminho de outras Big Techs e apresente “resultados espetaculares”, os investidores estão preocupados se os resultados estarão em linha com o alto valuation da companhia.
Investidores devem reagir ainda aos balanços divulgados na noite de ontem. A siderúrgica Gerdau (GGBR4) apresentou uma queda de 51% no lucro líquido, para R$ 587 milhões no quarto trimestre – abaixo das estimativas do mercado. Os números enfraquecidos reforçaram a crítica da empresa à "importação predatória" do aço chinês.
No ano, o lucro líquido da Gerdau recuou 34%, para R$ 7, 53 bilhões, refletindo a queda da receita. Considerando ajustes, o lucro líquido de outubro a dezembro foi de R$ 732 milhões, 45% menor do que um ano antes.
Por outro lado, a Telefônica Brasil (VIVT3), dona da Vivo, superou as expectativas com seu balanço apresentado na noite de ontem. A empresa teve lucro líquido de R$ 1,6 bilhão no quarto trimestre de 2023 – alta de 42,1% frente ao mesmo período do ano anterior.
O resultado ficou acima da projeção de analistas, que esperavam um lucro de R$ 1,41 bilhão, segundo o consenso da LSEG. No acumulado do ano, a Telefônica teve lucro de R$ 5 bilhões, um crescimento de 23,1% frente ao saldo de 2022.