Invest

Baixa tolerância e piora dos mercados acionários: a análise da Verde sobre o governo Trump

Em carta divulgada nesta segunda-feira, a gestora de Luis Stuhlberger falou que é necessário separar o ruído do real

Verde Asset: "No caso do novo governo americano, um dos grandes desafios – já experimentados no seu mandato anterior – é a separação entre o que é ruído e o que é sinal" (Patricia Monteiro/Bloomberg)

Verde Asset: "No caso do novo governo americano, um dos grandes desafios – já experimentados no seu mandato anterior – é a separação entre o que é ruído e o que é sinal" (Patricia Monteiro/Bloomberg)

Karla Mamona
Karla Mamona

Editora de Finanças

Publicado em 10 de fevereiro de 2025 às 20h12.

Tudo sobreDonald Trump
Saiba mais

Saber separar o que é ruído do real. Foi dessa maneira que a Verde Asset analisou o início do governo Trump. Para a gestora de Luis Stuhlberger, este é o grande desafio do novo governo americano e algo que já foi experimentado no mandato anterior do presidente.

A gestora destacou que o início do governo americano trouxe muita volatilidade aos ativos nas últimas semanas e isso têm vindo de reações a declarações e anúncios de Trump. Disse ainda que a volatilidade é comum em trocas de liderança política e que os mercados buscam recalibrar suas estimativas sobre como os governos decidem, a quais estímulos reagem, "e quais são os limites – reais ou imaginários – que seu raio de ação tem."

“Por ora, temos visto um governo com baixa tolerância a uma piora relevante dos mercados acionários e com uma alta velocidade de reversão de decisões, como no caso recente das tarifas impostas ao México e ao Canadá. Segue surpreendendo, até aqui, a baixa intensidade de medidas tarifárias contra a China”, disse a gestora em carta divulgada nesta segunda-feira, 10.

Diante desse cenário, a gestora zerou as posições de moedas do fundo. Em janeiro, o Verde teve desempenho de 1,64%, contra 1,64% do CDI.

Mercado brasileiro

Sobre o mercado doméstico, a Verde destacou a melhora do Ibovespa, a valorização do real e a queda das taxas de juros ao longo de toda a curva. E questionou o que explica essa melhora, já que não houve mudanças relevantes nos fundamentos.

A resposta dada pela Verde é que a melhora está relacionada a razões técnicas. Isso porque o mercado fechou o ano passado com um posicionamento bastante pessimista no câmbio e nos juros, ao mesmo tempo que o Banco Central vendeu uma quantidade substancial de dólares. "Sem notícias incrementalmente negativas, vimos até aqui uma descompressão desse posicionamento, que permitiu que os preços melhorassem.”

A gestora espera que, conforme a agenda de aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda volte à tona nos próximos meses, o mercado retome o olhar para situação fiscal do país e demande prêmios de risco maiores.

O fundo continua vendido em bolsa brasileira e voltou a aumentar sua exposição global. Continua comprado em inflação implícita nos EUA, enquanto, na renda fixa local, mantém uma pequena posição aplicada em juro real e posições de inclinação na parte longa da curva nominal. “Em moedas, zeramos todas as exposições em meados do mês. Mantemos a alocação em cripto, a pequena posição comprada em petróleo, assim como os livros de crédito high yield local e global.”

Acompanhe tudo sobre:ChinaDonald TrumpEstados Unidos (EUA)Fundo Verde

Mais de Invest

Trump paralisa operações de órgão que supervisiona Wall Street

Pagamento do Bolsa Família 2025: veja calendário de fevereiro

Quanto rende R$ 1.000 por mês com a Selic a 13,25%?

PLR pode ser cortado? O que acontece se a empresa alegar prejuízo?