Azul: acordo com arrendadores é crucial para que a companhia aérea ganhe o aval dos bondholders para a nova injeção de capital (NurPhoto / Contributor/Getty Images)
Repórter Exame IN
Publicado em 8 de outubro de 2024 às 10h44.
Última atualização em 8 de outubro de 2024 às 11h22.
As ações da Azul lideram as altas do Ibovespa na manhã desta terça-feira, 8, subindo de 19%, para R$ 6,67.
A companhia aérea anunciou na noite de ontem que firmou "com sucesso" acordos comerciais com arrendadores e fabricantes de equipamentos originais, reprsentando 92% de suas obrigações com esses credorEs. No total, são cerca de R$ 3 bilhões em passivos renegociados.
A proximidade de um acordo com a maioria de seus lessores, jargão do setor para os arrendadores de aeronaves, foi antecipada pelo INSIGHT no fim de setembro.
Um acordo com esses credores é crucial para que a companhia aérea ganhe o aval dos bondholders para a nova injeção de capital, apurou o INSIGHT.
Em nota desta segunda-feira, 7, a companhia destacou que esses acordos fazem parte de uma estratégia para melhorar a geração de caixa e otimizar a estrutura de capital da companhia.
O processo envolve a substituição de obrigações por ações preferenciais da Azul, com os arrendadores e OEMs concordando em abrir mão de suas participações em cerca de R$ 3 bilhões em dívidas. Como contrapartida, esses credores receberão até 100 milhões de novas ações preferenciais da Azul, sujeitas a condições e aprovações corporativas. A avaliação implícita é de R$ 30 por ação.
O time do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME) classificou o anúncio do acordo como positivo para a Azul por várias razões. A primeira é de que reduz o risco de um processo de reestruturação de dívida mais profundo, incluindo a possibilidade de um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos.
A diluição acordada de 22% é significativamente menor do que o esperado, já que poderia ter atingido 62% nas condições anteriores e o acordo representa a maior parte de todas as obrigações de emissão de ações, efetivamente minimizando esse risco.
Por fim, o acordo substitui com sucesso a diluição gradual e arriscada da emissão de ações do acordo anterior por uma diluição única, como originalmente orientado pela alta administração da Azul.
A companhia disse também que as negociações continuam com detentores dos 8% restantes das obrigações de emissão de ações, bem como com outras partes interessadas.