Avon: produtos da empresa já não são comercializados nos Estados Unidos desde 2016 (Brendan McDermid/Reuters)
A aquisição da Avon trouxe mais uma surpresa para a Natura&Co (NTCO3). A companhia terá de desembolsar US$ 46 milhões (algo em torno de R$ 215 milhões na cotação atual) para indenizar um casal que alega ter se contaminado por amianto após o uso de produto da fabricante norte-americana. A companhia acredita ter fundamentos para anular o veredicto.
Apesar do revés de sua controlada nos Estados Unidos, na B3 a ação da Natura &Co fechou em alta de 3,33% puxada pelo otimismo que impulsionou os papéis de varejo após decisões do STF em Brasília nesta segunda-feira, 19.
Os produtos da empresa já não são comercializados nos Estados Unidos desde 2016. Em fevereiro deste ano, a Avon Products Inc. foi incluída como um dos 30 réus do processo movido em Los Angeles. Rita-Ann Chapman e Gary Chapman alegam que, apesar da Avon não ter usado amianto em seus produtos, certos produtos em pó contendo talco vendidos no passado teriam sido contaminados por amianto.
Segundo o casal, o uso dos produtos teria contribuído para que a sra. Chapman desenvolvesse um mesotelioma, um tipo de câncer na região dos pulmões.
O julgamento aconteceu em duas fases, com a Avon sendo condenada em US$ 36 milhões em danos compensatórios e US$ 10,3 milhões em danos punitivos.
A empresa diz que seus produtos passam por rigorosa avaliação de segurança antes de irem para venda e disse que acredita "ter fortes fundamentos para anular o veredicto neste caso e buscará, de forma imediata, todos os mecanismos disponíveis para sua defesa". Considerando a possibilidade de recursos, a empresa diz que o "tribunal excluiu indevidamente todas as testemunhas factuais" e "errou" ao negar a anulação do julgamento.
Em 2021, a Johnson & Johnson foi condenada pela Suprema Corte dos Estados Unidos a pagar US$ 2 bilhões em indenizações por causa de presença de amianto em seus talcos.