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Aumento no volume de vendas e queda no preço do minério de ferro: o que esperar do balanço da Vale?

A Vale divulgará o balanço do segundo trimestre de 2024 nesta quinta-feira após o fechamento do mercado

Vale (VALE3): mercado espera melhora gradual nos resultados no 2T24 (Germano Lüders/Exame)

Vale (VALE3): mercado espera melhora gradual nos resultados no 2T24 (Germano Lüders/Exame)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 25 de julho de 2024 às 06h45.

A temporada de balanços no Brasil começou e a Vale (VALE3) dá a largada para o setor de mineração. Segundo relatório publicado pelo Itaú BBA, os analistas projetam que a mineradora reporte uma melhora sequencial nos resultados do segundo trimestre de 2024, auxiliada por um desempenho mais forte nas divisões de ferrosos e metais básicos.

Também em relatório, a equipe de analistas do Santander concordam que a mineradora deve apresentar resultados mais fortes na comparação trimestral, explicados por volumes mais altos de venda devido à sazonalidade positiva da produção, o que compensaria os preços mais fracos realizados para o minério de ferro.

Aumento de vendas deve compensar lado negativo

No segundo trimestre deste ano, o preço do minério de ferro caiu cerca de 6% em comparação com o trimestre imediatamente anterior. Além disso, o custo de produção da commodity aumentou para US$ 29/tonelada, um avanço de US$ 1,5/ton em comparação com o primeiro trimestre de 2024. Entretanto, apesar da queda nos preços e um ligeiro aumento nos custos da commodity, o relatório do Santander destaca que dois pontos importantes podem compensar o lado negativo.

O primeiro deles é a projeção para um aumento no volume de vendas. De acordo com os analistas do banco, a Vale está conseguindo vender mais minério. No segundo trimestre, as estimativas apontam para um aumento das exportações de minério de ferro para 76 milhões de toneladas. Outro ponto citado são os preços mais altos de outros metais, como cobre e níquel, o que pode ajudar a equilibrar a queda nos preços do minério de ferro.

Os analistas concordam sobre ambos os “pontos compensatórios”, projetando que o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da divisão de Metais Básicos deve aumentar em 69% t/t, alcançando US$ 433 milhões, também impulsionado por preços mais altos do cobre e níquel. Com isso, projetam um Ebtida consolidado da Vale em US$ 4,05 bilhões. Entretanto, os analistas do Itaú estimam um maior volume de remessas de minério de ferro, em 79 milhões de toneladas no segundo trimestre de 2024, o que representaria um aumento de cerca de 15 milhões de toneladas em relação ao 1T24.

Riscos e oportunidades

O relatório do BTG Pactual (mesmo grupo controlador da EXAME) também destaca que a Vale deve apresentar uma melhoria sequencial nos resultados para o segundo trimestre, impulsionada justamente pela produção estável e maiores volumes de vendas do minério de ferro. Entretanto, alerta para os desafios com a qualidade do minério destacados no relatório da prévia operacional, divulgado na semana passada.

“Quando nos referimos a problemas de qualidade, observamos que os embarques de minério de ferro foram taticamente impulsionados por material de menor qualidade (alta sílica), o que depreciou as realizações de preços médios no trimestre (um pouco abaixo das nossas expectativas)."

Outro ponto de atenção, segundo o BTG Pactual, é a percepção de uma demanda mais fraca por aço por parte da indústria de construção chinesa, o que levou a uma deterioração dos balanços de oferta e demanda de curto prazo, com preços recuando de 5 a 10%, o que impacta o setor de mineração.

Essa deterioração na macroeconomia da China, na análise do BTG, contribuiu para as ações da Vale estarem descontadas, negociando a múltiplos baixos (aproximadamente 4 vezes o Ebtida). Entretanto, ainda oferece altos dividend yields (cerca de 10%), o que pode se tornar uma oportunidade para investidores.

Projeções para o balanço do semestre trimestre da Vale

BTG Pactual

  • Receita líquida: US$ 10,117 milhões
  • Lucro líquido: US$ 1,728 bilhões
  • Ebitda: US$ 4,025 bilhões
  • Margem Ebitda: 39,8%

Itaú BBA

  • Receita líquida: US$ 10,251 milhões
  • Lucro líquido: US$ 1,860 bilhões
  • Ebitda: US$ 4,050 bilhões
  • Margem Ebitda: 39,5%

Santander

  • Receita líquida: US$ 10,011 milhões
  • Lucro líquido: US$ 2,108 bilhões
  • Ebitda: US$ 4,283 bilhões
  • Margem Ebitda: -

Consenso Bloomberg

  • Receita líquida: US$ 10,224 milhões
  • Lucro líquido: US$ 2,092 bilhões
  • Ebitda: US$ 4,283 bilhões
  • Margem Ebitda: 41,9%
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