Às 16h59, as ações da Copel subiam 3,01 %, a 27 reais --após caírem mais de 5 % no pregão desta segunda-feira, por preocupações por aumento do risco político na administração da empresa (NANI GOIS)
Da Redação
Publicado em 24 de junho de 2013 às 18h02.
São Paulo - A Copel suspendeu o reajuste tarifário da distribuidora, com aprovação da Aneel, mas as ações da empresa passaram a subir na tarde desta segunda-feira já que investidores passaram a ver a forte queda acumulada da ação como oportunidade de compra.
Às 16h59, as ações da companhia subiam 3,01 %, a 27 reais --após caírem mais de 5 % no pregão desta segunda-feira, por preocupações por aumento do risco político na administração da empresa.
A Aneel concedeu o efeito suspensivo do reajuste tarifário, após pedido da Copel, até que o recurso seja analisado e deliberado em reunião da diretoria. A suspensão foi autorizada por despacho publicado no Diário Oficial da União nesta segunda-feira.
Não ficou claro o que a Copel pediu no recurso enviado à Aneel, e as assessorias de imprensa da agência e da empresa não deram mais detalhes.
"Registramos que estamos concluindo as análises internas para identificarmos a melhor forma de aplicação do diferimento, de modo que não traga prejuízo à saúde financeira da empresa, e apresentaremos oportunamente à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) o pleito definitivo relativo ao diferimento", informou a Copel em comunicado nesta segunda-feira.
A suspensão ocorre após o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), dizer na semana passada que falaria com a diretoria da Copel sobre a suspensão do aumento médio de 14,61 % nas tarifas de energia dos consumidores atendidos pela empresa. O aumento deveria ser aplicado a partir desta segunda-feira.
O governo do Estado do Paraná é o acionista controlador da Copel. Na sexta-feira, após as declarações de Richa, o papel da Copel desabou quase 17 %.
Mas nesta segunda-feira, o Espírito Santo Investment Bank elevou a recomendação para a ação da Copel por considerar que a queda acumulada do papel da empresa paranaense de energia desde quinta-feira -- de cerca de 20,5 %-- é uma oportunidade para compra.
"Acreditamos que a suspensão foi vista negativamento pelo mercado, já que lembrou investidores das arbitrárias suspensões de tarifa realizadas pelo antigo governador do estado do Paraná, Roberto Requião, há quatro anos, que causou significativas perdas para a Copel na época", escreveram os analistas Oswaldo Telles e Frederico Lebre, em relatório.
"Acreditamos que a situação atual é completamente diferente já que a Aneel está agora envolvida e aprovou oficialmente a ação e vemos a recente fraqueza no preço da ação como uma oportunidade de compra", escreveram os analistas.
O Espírito Santo elevou a recomendação do preço da ação da empresa de "neutro" para "compra", sem alterar o preço alvo de 36 reais por ação.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou a suspensão do aumento médio de 14,6 % na tarifa da Copel, em despacho no Diário Oficial da União desta segunda-feira, a pedido da Copel, até que o recurso seja avaliado e deliberado em reunião de diretoria.
Durante sua gestão, Requião impediu a Copel de aplicar aumentos na tarifa da empresa autorizados pela Aneel em mais de uma ocasião.
O reajuste tarifário ajudaria a empresa a repor o caixa, que foi especialmente afetado pelo custo da energia elétrica comprada pela empresa. Somente esse item teve um impacto de oito pontos porcentuais no reajuste da companhia, segundo explicou o diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, na semana passada.
O preço da energia ainda subiu em parte pela valorização do dólar, que reflete diretamente no custo da energia da usina binacional de Itaipu.