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Atentado contra Trump, cessar-fogo em Gaza, balanços e PIB da China: o que move o mercado

Investidores também acompanham o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), Jerome Powell, em evento hoje

Radar: mercado aumenta apostas para vitória de Donald Trump (Rebecca Droke/AFP)

Radar: mercado aumenta apostas para vitória de Donald Trump (Rebecca Droke/AFP)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 15 de julho de 2024 às 08h41.

Última atualização em 15 de julho de 2024 às 08h47.

Os mercados internacionais abriram mistos na manhã desta segunda-feira, 15. Nos Estados Unidos, os índices futuros operam em alta com investidores avaliando o impacto da tentativa de assassinato de Donald Trump. Na Ásia, as bolsas encerraram o dia sem direção única, enquanto os agentes avaliavam os dados do Produto Interno Bruto (PIB) da China frustrante. Por aqui, o Ibovespa futuro sobe, também repercutindo o atentado nos EUA.

Na Europa, as bolsas abriram que queda após resultados corporativos fracos. Em Londres, a empresa de artigos de luxo Burberry (LON: BRBY) tombava quase 16% em Londres após alertar sobre seu fraco desempenho no primeiro semestre, interromper o pagamento de dividendos e anunciar um novo CEO, refletindo em uma queda também paras as gigantes francesas do ramo de luxo LVMH (EPA: MC) e Kering (EPA: KER), em Paris.

Atentado contra Trump

Todos os olhares se voltam nesta segunda para os desdobramentos do atentado contra o ex-presidente Donald Trump. O republicado foi ferido na orelha na tarde de sábado, 13, após um ataque a tiros durante um comício em Butler, na Pensilvânia.

O atirador foi identificado como Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, que foi morto pela equipe de franco-atiradores da segurança do evento. Além de Trump, outras duas pessoas foram gravemente feridas e uma morta - o espectador Corey Comperatore. Trump foi levado na ocasião para o hospital e já se recupera. No domingo, 14, chegou à cidade de Milwaukee, em Wisconsin, para a Convenção Republicana.

O mercado, em um primeiro momento, amplia as chances de Trump voltar à Casa Branca, o que também reduz a incerteza sobre o processo eleitoral que estava abalado após a performance negativa do concorrente, Joe Biden, no debate, e confusões de contexto em discursos na semana passada. Com isso, o pré-mercado americano sobe na manhã desta segunda.

Investidores também acompanham o início da Convenção Republicana em Milwaukee, em Wisconsin, além do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), Jerome Powell, em evento hoje. O interesse do mercado é ganhar mais dicas de Powell sobre o rumo dos juros americanos.

Cessar-fogo em Gaza

O mercado também está de olho no preço do petróleo nesta segunda-feira. Durante o fim de semana, Israel voltou a bombardear a Faixa de Gaza, matando 92 palestinos no sábado no campo de deslocados de al-Mawasi, sul do território, perto de Khan Yunis, e 20 pessoas no campo de al-Shati na Cidade de Gaza, no norte.

Com isso, o grupo fundamentalista palestino parece abandonar temporariamente as negociações para um cessar-fogo na Faixa de Gaza. Segundo o jornal O Globo, o movimento "está disposto a retomar as negociações quando Israel demonstrar seriedade para concluir um acordo de cessar-fogo" e sobre a libertação dos reféns em Gaza, em troca de presos palestinos detidos em Israel, afirmou uma fonte do Hamas.

Às 8h05, o petróleo da referência WTI caía 0,12%, enquanto do tipo Brent recuava 0,08%.

Balanços

No radar corporativo, Goldman Sachs (GSGI34) e BlackRock (BLAK34) reportam seus resultados do segundo trimestre de 2024 nesta segunda-feira. Na terça-feira, 16, é a vez do Bank of America (BOAC34) e do Morgan Stanley (MSBR34). Já na quinta-feira, 18, Netflix (NFLX34) divulga seus balanços.

Agenda de indicadores

De olho na agenda de indicadores, o Banco Central (BC) divulgou, às 8h30, o Boletim Focus. Já às 9h, o BC divulga o Índice de Atividade Econômica do Brasil (IBC-Br) de maio, conhecido como a prévia do Produto Interno Bruto (PIB).

O Boletim Focus desta semana, pela primeira vez após nove semanas de altas, reduziu a projeção do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2024 de 4,02% para 4%. Já o IPCA para 2025 subiu de 3,88% para 3,90% - é a décima revisão consecutiva para cima. A inflação para 2026 e 2027 se manteve em 3,60% e 3,50%, respectivamente.

O BC também manteve a Selic em 10,50% (2024), 9,50% (2025), e 9% (2026 e 2027). A estimativa de 2024 para o PIB foi a única mudança entre os anos, subindo de 2,10% para 2,11%. Já a de 2025, 2026 e 2027 se mantiveram em 1,97%, 2% e 2%, respectivamente. As projeções do câmbio para 2024, por sua vez, subiram de R$ 5,20 para R$ 5,22. Já as de 2025 e 2026 se mantiveram em R$ 5,20 cada, enquanto a de 2027 subiu para R$ 5,21.

China

Em meio a reunião do Partido Comunista da China, que começou nesta segunda-feira e tem previsão para durar quatro dias, o país asiático reportou um crescimento aquém do esperado. O Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês) divulgou que o PIB chinês cresceu 4,7% no segundo trimestre de 2024 na comparação anual, enquanto a previsão era de +5,1%. Segundo o ING, a China precisará gastar mais para conseguir atingir a meta de crescimento de 5% do PIB ao final de 2024.

Ainda segundo dados do NBS, as vendas de novas moradias na China em valor sofreram um tombo de 26,9% entre janeiro e junho, se comparado com igual período do ano passado. O resultado, porém, indica uma leve melhora no mercado imobiliário chinês em relação à queda de 30,5% nas vendas observada entre janeiro e maio. Já a produção industrial da China subiu 5,3% em junho, superando as estimativas de +5%. Entretanto, as vendas no varejo cresceram 2%, bem abaixo do esperado de +3,2%.

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