Sede da Nasdaq, em Nova York: golpe deixou investidores desconfiados (Daniel Barry/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 7 de fevereiro de 2011 às 14h27.
Nova York - Notícias de que hackers infiltraram o sistema da bolsa de valores Nasdaq representam o mais novo revés para Wall Street, que está se esforçando para reparar sua imagem junto aos investidores e operadores, depois do "flash crash" (queda abrupta da bolsa) do ano passado.
O Nasdaq OMX Group informou no sábado ter localizado "arquivos suspeitos" em seus servidores nos Estados Unidos, mas disse que não havia provas de que os hackers tivessem conseguido acesso a informações de clientes ou de que suas plataformas de operações tenham sido comprometidas.
A notícia surge no momento em que o fluxo de capital para os fundos de ações norte-americanos mostra sinais de recuperação depois de anos de baixa causada pela crise financeira e pela desgastante experiência do "flash crash" de maio do ano passado, que fez despencar os índices norte-americanos.
"Houve diversos eventos nos últimos anos que prejudicaram a confiança dos consumidores, e esse certamente poderia ser outro deles," disse Tim Grishkey, vice-presidente de investimento da Solaris Asset Management.
Na semana passada, um defeito inexplicado que durou cerca de uma hora travou as cotações de dois índices cruciais --o Nasdaq Composite e o Nasdaq 100, ambos atentamente acompanhados.
Já que cerca de 21 por cento de todas as transações de ações realizadas a vista nos EUA em 2010 ocorreram em bolsas da Nasdaq OMX --o que a coloca abaixo apenas da NYSE Euronext, controladora da bolsa de Nova York--, a integridade dos sistemas desse mercado é essencial para o funcionamento tranquilo dos mercados norte-americanos mais amplos.
O momento do problema também foi infortunado, porque uma alta nas ações iniciada no ano passado começou a atrair os investidores de varejo de volta às ações, afastando-os dos fundos de títulos.
As últimas três semanas de janeiro viram influxos de 10,3 bilhões de dólares a fundos mútuos de ações norte-americanos, o que representa o mais longo período de alta ininterrupta dos influxos em 18 meses, de acordo com o Investment Company Institute.
Direto da Bolsa: Mercado de olho nas ações da Usiminas