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Ataque a embaixada apimenta crise entre Turquia e EUA

No domingo, os EUA rejeitaram oferta turca sobre pastor; na manhã desta segunda tiros foram disparados contra a embaixada americana em Ancara

Embaixada em Ancara: tiros acontecem em meio a disputa comercial e diplomática sobre a liberação de um pastor americano (Umit Bektas/Reuters)

Embaixada em Ancara: tiros acontecem em meio a disputa comercial e diplomática sobre a liberação de um pastor americano (Umit Bektas/Reuters)

EH

EXAME Hoje

Publicado em 20 de agosto de 2018 às 06h49.

Última atualização em 20 de agosto de 2018 às 08h11.

A Turquia continuará como grande temor dos investidores? Esta é a grande pergunta na abertura dos mercados nesta segunda-feira. Depois de sacudir os mercados globais na semana passada com o acirramento de uma guerra comercial com os Estados Unidos, o país deveria ter uma semana menos intensa, com um feriado semanal que deve manter em banho maria atividades como mercado financeiro e serviços públicos. Mas na manhã desta segunda-feira (horário local, 23h de domingo em Brasília) uma série de tiros foram disparados contra a embaixada americana em Ancara.

O ataque não deixou feridos, segundo a agência Reuters, já que a embaixada deveria ficar vazia ao longo de toda a semana em virtude do feriado Eid al-Adha, ou Festa do Sacrifício. As autoridades buscam por um carro branco que teria promovido os ataques. O episódio deve manter acirrados os ânimos entre turcos e americanos.

No domingo, o governo dos Estados Unidos rejeitou uma oferta turca de condicionar a liberação de um pastor americano detido na Turquia com o perdão de bilhões de dólares em multas por supostas violações a sanções contra o Irã. A prisão de Andrew Brunson deu início à pior crise entre os dois países em décadas, reacendeu uma disputa comercial e levou a lira turca às menores cotações em meses, levando temor para investidores de todos os mercados emergentes, como o Brasil. O governo turco acusa Brunson de ter participado do golpe que tentou derrubar o presidente Recep Erdogan em 2016. Donald Trump afirma que a alegação é “ridícula”.

Uma nova leva de sanções ainda pode ser imposta pelo governo de Donald Trump contra os turcos.

Neste clima de instabilidade, até uma boa notícia vira motivo de preocupação. A Grécia deve deixar nesta segunda-feira seu programa de resgate depois de oito anos, e passa a ser considerada capaz de caminhar com as próprias pernas. O país se comprometeu com uma série de ajustes que devem impactar seu orçamento pelo futuro próximo, num programa cujos efeitos têm sido duramente criticados por analistas internacionais. Segundo o jornal britânico Guardian, o resgate grego colocou “os interesses dos bancos à frente dos das pessoas”.

O mercado global vem precisando de boas notícias para equilibrar a balança com uma guerra comercial que se avizinha. Mas o fracassado resgate grego não deve cumprir este papel.

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