FED: O Federal Reserve iniciou o ciclo de corte de juros em setembro com uma redução de 50 bps ((Photo by Mandel NGAN / AFP)/AFP)
Repórter
Publicado em 9 de outubro de 2024 às 15h47.
A ata da última decisão de juros do Federal Reserve (Fed), divulgada na tarde desta quarta-feira, 9, mostrou a confiança dos dirigentes sobre o nível da atividade econômica nos Estados Unidos, mas também revelou um cenário dividido sobre o ritmo do afrouxamento monetário.
O documento foi interpretado como hawkish (favorável a taxas de juros mais altas) por investidores, que inicialmente apostavam em um ciclo mais gradual de cortes de juros. A possibilidade de mais um corte de 50 pontos-base (bps) até o fim do ano foi praticamente descartada.
O Federal Reserve iniciou o ciclo de corte de juros em setembro com uma redução de 50 bps. O movimento foi considerado mais agressivo por parte do mercado, que esperava um corte de 25 bps, considerado mais apropriado dado os riscos inflacionários ainda presentes.
Na decisão, apenas a diretora Michelle W. Bowman votou por um corte mais brando de 25 bps. No entanto, a ata revelou que o debate foi mais dividido durante a reunião de política monetária.
A Samsung ficou atrás na corrida da IA. O CEO fez um raro ‘mea culpa’"Vários participantes observaram que uma redução de 25 pontos-base estaria em linha com um caminho gradual de normalização da política, o que permitiria aos formuladores de políticas tempo para avaliar o grau de restrição da política à medida que a economia evoluísse", diz a ata.
Quanto aos riscos para a atividade, a ata afirmou que "a maioria dos participantes não parecia preocupada com uma recessão econômica no curto ou médio prazo". Em relação à taxa de desemprego, a previsão do Fed é de que ela seja "modestamente mais alta" do que o nível atual de 4,1%.
A ata destacou que a confiança no processo de desinflação foi o principal fator que motivou o corte mais agressivo de 50 bps no início do ciclo de afrouxamento monetário.
"Os participantes citaram vários fatores que provavelmente continuariam a exercer pressão para baixo sobre a inflação. Isso incluiu uma desaceleração modesta adicional no crescimento real do PIB, em parte devido à postura de política monetária restritiva do Fed, expectativas de inflação bem ancoradas, diminuição do poder de precificação, aumentos na produtividade e uma queda nos preços das commodities globais."