Radar: mercado acompanha a divulgação da Ata do Copom (Marcelo Casal/Agência Brasil)
Repórter de finanças
Publicado em 24 de junho de 2024 às 08h50.
Última atualização em 25 de junho de 2024 às 10h33.
As bolsas internacionais operam sem direção definida nesta segunda-feira, 24, primeiro dia da última semana do mês, do trimestre e do semestre. Na Ásia, as bolsas fecharam em baixa (com exceção do Nikkei), impactadas pela realização de lucros no setor de tecnologia. Na Europa, o mercado abriu ligeiramente positivo, em meio ao bom desempenho de ações de montadoras e bancos. Nos Estados Unidos, os índices futuros sobem, com exceção do índice Nasdaq que cai na esteira da queda de 3,36% de Nvidia (NVDC34) na sexta-feira, 21. Por aqui, o Ibovespa futuro sobe de olho na agenda cheia de indicadores econômicos.
O Boletim Focus desta semana, como esperado pelo mercado, apontou para uma manutenção da Selic em 10,50% em 2024 - também mantendo a taxa básica de juros em 9,50% em 2025, e 9% em 2026 e 2027.
Já o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024 foi elevado pela sétima semana seguida de 3,96% para 3,98%. O IPCA para 2025, por sua vez, foi elevado pela oitava semana consecutiva, subindo de 3,80% para 3,85%. A inflação para 2026 e 2027 se manteve em 3,60% e 3,50%, respectivamente.
A estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2024 subiu ligeiramente de 2,08% para 2,09%. Já o PIB de 2025, 2026 e 2026 se manteve em 2%. As projeções do câmbio tiveram altas em suas medianas: de R$ 5,13 para R$ 5,15 (2024), de R$ 5,10 para R$ 5,15 (2025), de R$ 5,12 para R$ 5,15 (2025) e R$ 5,15 para R$ 5,18 (2027).
Após repercutir a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) em manter a taxa Selic em 10,50%, movimento que marcou a interrupção do ciclo de corte de juros, o mercado agora aguarda a divulgação da Ata do Copom nesta terça-feira, 25.
O documento pode dar mais sinais sobre os próximos passos do Banco Central (BC) em relação à política monetária. Além disso, a divulgação da minuta pode reacender a repercussão da decisão, uma vez que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou na última quarta-feira, 19, que só então comentaria a manutenção da taxa após a divulgação da ata.
A semana é de agenda cheia para indicadores econômicos do Brasil. Nesta segunda, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre) divulgou que o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) subiu 1,9 ponto em junho, para 91,1 pontos, após queda mais expressiva no mês anterior. Em médias móveis trimestrais, o índice estabiliza em 91,2 pontos.
Já o BC divulgou que o Investimento Direto no País (IDP) de maio foi de US$ 3,023 bilhões, frente aos US$ 3,867 milhões anteriores. No mesmo horário, o BC também divulgou o saldo em conta corrente, que apontou para um déficit de US$ 40,148 bilhões no acumulado dos últimos 12 meses até maio.
Já na quarta-feira, 26, é a vez do Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), conhecido como a prévia da inflação no Brasil. Ainda na quarta-feira, 26, terá a divulgação das contas do governo, seguindo pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) na quinta-feira, 27, com uma expectativa de 180 mil novos postos de trabalho, segundo o Bradesco.
Também na quinta, o BC divulga o relatório trimestral de inflação do segundo trimestre, que deve trazer mais elementos para a compreensão das projeções de inflação do órgão. Na sexta-feira, 28, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), estimando um crescimento mensal de 7,6%.
No cenário internacional, o destaque é a divulgação, na quinta-feira, do PIB do primeiro trimestre dos Estados Unidos. O consenso LSEG aponta para uma projeção de alta de 1,5%. Na sexta-feira, será apresentado o Índice de Preço de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês), indicador preferido do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) para medir a inflação. Hoje, o dia é de agenda mais esvaziada por lá, com os discursos de dirigentes do Fed sendo o foco dos investidores.