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As ações que mais subiram e as que mais caíram em junho de 2020

Ibovespa sobe quase 9% e avança pelo terceiro mês consecutivo; companhias aéreas figuram entre as maiores valorizações, mas BTG Pactual lidera altas

Bolsa: Ibovespa avança 8,76% no mês (Jesada Wongsa/Getty Images)

Bolsa: Ibovespa avança 8,76% no mês (Jesada Wongsa/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 30 de junho de 2020 às 19h36.

Última atualização em 30 de junho de 2020 às 19h46.

Impulsionado pelo otimismo com as reaberturas das principais economias do mundo e por estímulos de governos e bancos centrais, o Ibovespa, principal índice de ações da bolsa brasileira, encerrou junho com alta de 8,76%. Este foi o terceiro mês consecutivo de valorização. No entanto, o índice ainda acumula perdas de 17,8% no ano.

Mas, algumas ações que compõem o Ibovespa já registram ganhos em 2020. Esse é o caso dos papéis do banco de investimentos BTG Pactual(do mesmo grupo controlador da EXAME), que subiram 56,63% em junho. Com isso, o ativo já acumula retorno positivo de 1,32% no ano.

Parte do movimento se deve à queda da taxa Selic, que tende a favorecer o banco, uma vez que os investidores precisam migrar para ativos de maior complexidade para obter retornos mais atrativos.

O que também explica a valorização das ações do BTG é a compra de participação em concorrentes de menor porte e investimentos em sua plataforma de varejo, o BTG Pactual Digital. Para dar sequência à estratégia, o banco levantou 2,65 bilhões de reais, por meio de follow-on, nesta semana.

Também neste mês, o banco suíço UBS elevou o preço-alvo da ação do BTG em 70,4%, passando de 54 reais para 92 reais. Considerando a cotação de fechamento desta terça-feira, 30, analistas do UBS ainda veem espaço para a ação se valorizar 20% em doze meses.

“Acreditamos que o BTG Pactual possui um modelo de negócios mais resiliente do que nós e o mercado antecipamos, especialmente devido à recente recuperação no mercado de capitais brasileiro”, afirmaram.

Já a segunda e a terceira maior valorização do mês ficaram com as companhias aéreas GOL e Azul, que subiram 54,2% e 40,8%, respectivamente. Com processos de reabertura no exterior e no Brasil, crescem as expectativas sobre a recuperação do setor, tido como um dos mais afetados pelas restrições de mobilidade impostas pela pandemia. O pacote bilionário do BNDES para as aéreas também favoreceu o movimento positivo. No entanto, tanto os papéis da Azul quanto os da GOL ainda figuram entre as maiores quedas do ano, acumulando respectivas depreciações de 65,49% e 49,59%. Também embalado pelas reaberturas, as ações da agência de turismo CVC avançaram 25,97% em junho, mas têm queda de 58,58%.

Outro papel que apresentou forte recuperação em junho foi o da resseguradora IRB Brasil, que disparou 32,52%. Como pano de fundo para alta está a melhor perspectiva sobre a nova direção da empresa, que entrou para substituir a anterior, envolvida em diversas polêmicas no início do ano. Recentemente, auditorias internas identificaram pagamentos irregulares a ex-diretor e funcionários. Também foram constatados erros contábeis nas demonstrações financeiras de 2019.

“Mostra que a gestão atual está fazendo uma limpeza, tirando os problemas que existiam. Ao meu ver, o preço da ações tende a refletir o negócio em si e não mais o medo sobre o que a gerência está fazendo com a empresa”, disse Victor Hasegawa, gestor da Infinity Asset.

Na ponta negativa, apenas 15 das 75 ações do Ibovespa fecharam junho em queda. A lista foi liderada pelos papéis da Braskem, que recuaram 16,29%, depois de terem subido 61% nos dois meses anteriores. Entre os fatores que ajudaram a derrubar o preço do papel esteve o relatório do UBS, que mudou a recomendação para os papéis da empresa de compra para neutra.

Segundo analistas do banco, a apreciação do real e do petróleo jogaram contra a perspectiva de valorização para a empresa. “Esses fatores, além do desempenho das ações em 35% desde maio, nos tornam um pouco mais cautelosos e nos levam a rebaixar a Braskem.”

Também figuraram entre as maiores quedas as ações de outras empresas que poderiam ser favorecidas pela alta do dólar, que, no meio do mês, chegou a acumular queda de 9% em relação ao mês de maio.  Entre elas, estão os papéis da Suzano, que caiu 2,83% e os de frigoríficos, como BRF, Marfrig e JBS, que tiveram respectivas quedas de 8,08%, 3,73% e 3,22%.

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