O IPI para carros até mil cilindradas foi cortado a zero (Antônio Cruz/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 23 de maio de 2012 às 11h33.
São Paulo – O novo pacote de ajuda do governo para o setor industrial beneficia algumas ações de empresas listadas na BM&FBovespa, apontam analistas. Os papéis do setor automotivo (peças, carrocerias e ônibus) e siderúrgicas devem ganhar mais com as medidas anunciadas.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reduziu o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para automóveis, juros menores para aquisição de bens de capital, caminhões e ônibus, redução no IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para operações de crédito e a aumento dos recursos disponíveis para o financiamento de veículos, com a consequente redução dos depósitos compulsórios no mesmo valor.
As beneficiadas
Segundo a analista do Itaú BBA, Renata Faber, as ações da Randon (RAPT4), Romi (ROMI3), WEG (WEGE3), Mahle (LEVE3), Autometal (AUTM3), Marcopolo (POMO4) e Tegma (TGMA3) estão entre as companhias beneficiadas pelo pacote.
De acordo com um relatório do banco, a Tegma e a Marcopolo “oferecem combinação atrativa de elevado retorno sobre capital investido e crescimento forte”. A Marcopolo ainda tem a vantagem de representar uma proteção contra a desvalorização do real, explica.
A equipe da Planner Corretora ressalta ainda os possíveis efeitos sobre o setor siderúrgico, principalmente com a maior venda de aços planos para a produção de automóveis pela Usiminas (USIM3; USIM5) e CSN (CSNA3).
“Dessa forma, esta medida pode reverter este quadro de redução nas vendas do setor, principalmente de aços planos. A Gerdau (GGBR3; GGBR4) também pode ser beneficiada com estas medidas, dado que a empresa produz aços especiais e arames, produtos também usados produção de peças para indústria automobilística”, afirmam os analistas em um relatório.
Quem perde
Para Renata, a Localiza (RENT3) pode sofrer por conta das menores vendas de carros usados. “Além disso, a companhia enfrentará custos mais altos de manutenção e depreciação mais acentuada”, diz. Segundo ela, contudo, o efeito deve ser mais brando do que em 2009, quando o IPI durou o ano inteiro porque dessa vez o impacto só irá durar até 31 de agosto.