Temer: segundo Batista, presidente teria concordado com propina (Ueslei Marcelino/Reuters)
Rita Azevedo
Publicado em 18 de maio de 2017 às 11h21.
Última atualização em 18 de maio de 2017 às 16h37.
São Paulo — O mercado vive um dia de horror nesta quinta-feira, depois das denúncias contra o presidente Michel Temer. A bolsa, que chegou a ter as negociações paralisadas por 30 minutos no início da manhã, operava em queda de 7,7% por volta das 16h05.
No mesmo horário, 33 das 52 ações do Ibovespa caíam mais de 10%. Entre elas, estavam os papéis da Petrobras, do Itaú e da Gerdau.
A maior derrocada era da ações da Eletrobras, que caíam em torno de 20%, seguidas pelos papéis preferenciais da Cemig, que caíam 15,8%. Banco do Brasil também via as ações em baixa de mais de 15%.
Às 16h19, o dólar comercial subia 8%, passando dos 3,38 reais. Nas casas de câmbio, o dólar turismo chegava a ser comercializado por 4 reais.
Os negócios no mercado à vista demoraram a acontecer, com os investidores evitando tomar posições, e eram poucos nesta sessão. Por volta das 14h, o dólar à vista valorizava 8,68% para R$ 3,37.
Diante disso, o Banco Central anunciou durante a tarde a quarta intervenção no mercado, com leilão de swaps tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, e que não eram voltados para rolagem de contratos já existentes.
O dólar futuro, um produto negociado em bolsa, atingiu o limite máximo permitido de 3,3235 reais para este pregão. Quando isso acontece, o valor fica paralisado.
Segundo informações da B3, a bolsa brasileira, o dólar futuro tem limite de negociação diária de 6 por cento, para cima ou para baixo e, uma vez atingido, só podem sair negócios dentro desse nível.
Os contratos de Ibovespa Futuro com vencimento para julho caíam mais de 10%, atingindo o limite máximo permitido de 61.180 pontos. Seguindo as regras da Bolsa, novos negócios não poderão ser fechados hoje abaixo dessa pontuação.
As taxas dos contratos futuros de juros operavam em forte alta, repercutindo a aversão ao risco e com os investidores já apostando que o Banco Central vai desacelerar o ritmo de cortes da Selic agora.
A curva de juros precificava 92 por cento de chances de redução de 0,75 ponto percentual da Selic no encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) no final do mês e o restante era de apostas de 1 ponto. Na véspera, a maioria das apostas indicava corte de 1,25 ponto agora.
Na conversa gravada por Joesley com Temer, segundo reportagem divulgada pelo jornal O Globo e confirmada à agência Reuters por três fontes com conhecimento do assunto, o dono da JBS conta a Temer que pagava a Eduardo Cunha e ao doleiro Lúcio Funaro, um dos operadores presos na Lava Jato, para que ficassem calados. Os dois estão presos.
De acordo com o jornal, ao receber a informação de Joesley, Temer respondeu: “Tem que manter isso, viu?”
Com agências de notícias.