São Paulo - 2013 não começou bem para o principal índice da bolsa brasileira. Incertezas no cenário externo, a desconfiança do mercado com as perspectivas para as companhias do grupo EBX e preocupações com a economia brasileira pesaram no desempenho do Ibovespa nos 3 primeiros meses do ano. A queda acumulada foi de 7,55 % no trimestre, pior resultado para os três primeiros meses de um ano desde 1995. Clique nas fotos e veja quais foram as ações que tiveram o pior desempenho no ano.
Nos primeiros 3 meses do ano, a mineradora de Eike Batista amargou o pior desempenho entre as ações do Ibovespa. A queda acumulada já é de 48,99%. Entre os responsáveis pelo fraco desempenho dos papéis estão o balanço de 2012, em que a empresa apresentou prejuízo de 795,7 milhões de reais, a desistência do projeto de mineração no Chile, que implicou em baixa contábil de 224 milhões e as sucessivas trocas na direção da empresa – por onde já passaram três CEOs (Chief Executive Officer) em três anos e meio e cinco CFOs (Chief Financial Officer) em quatro anos. A MMX (MMXM3) aparece também no segundo lugar entre as maiores quedas nos últimos 12 meses. A desvalorização de 74,93% mostra que os problemas já vêm de longa data.
Mais uma das empresas de Eike lidera o ranking das perdas nesse primeiro trimestre de 2013. Com uma notícia ruim atrás da outra, a OGX(OGXP3)acumula queda de 46,35% no ano. Em fevereiro, o braço petroleiro do grupo EBX foi a maior baixa do mês em meio a rumores de venda. Além disso, incertezas sobre a produção da OGX nos poços em desenvolvimento são preocupação constante para os investidores. Se considerarmos o período dos últimos 12 meses, a petroleira de Eike Batista domina o primeiro lugar das perdas, com 84,5% de desvalorização.
A distribuidora de energia AES Eletropaulo (ELPL4) teve o terceiro pior desempenho no primeiro trimestre, com queda de 40,83%. As ações já estão derretendo há bastante tempo, no acumulado dos últimos 12 meses, a desvalorização é de 70,48%. Isso se explica por resultados cada vez piores apresentados trimestralmente. No último trimestre de 2012, a distribuidora reportou prejuízo de 72,6 milhões de reais no quarto trimestre de 2012 ante um lucro de 686,7 milhões de reais em igual período de 2011. Na comparação anual, a distribuidora paulista reportou queda de 93,1% no lucro líquido de 2012 ante 2011, passando de 1,572 bilhão de reais para 107,9 milhões de reais.
As ações da Rossi (RSID3) sofrem desvalorização desde o começo do ano, antecipando o fraco resultado operacional que a empresa apresentaria no final de março. A queda acumulada no ano é de 32,53% - em 12 meses, já está em 67,04% de desvalorização. A construtora encerrou 2012 com prejuízo líquido de 206 milhões de reais, no primeiro resultado anual negativo registrado pela companhia, que afirmou ter concluído processo de reestruturação e que retomará a rentabilidade neste ano.
O ano já começou com más notícias para a MRV (MRVE3). Logo no segundo dia do ano, a Caixa Econômica Federal suspendeu a recepção e contratação de novos financiamentos para a MRV, como resposta à inclusão da empresa na lista suja de trabalho escravo do Ministério do Trabalho e pela Secretaria dos Direitos Humanos. Além disso, os resultados também decepcionaram. De outubro a dezembro, a companhia mineira teve lucro líquido de 115 milhões de reais, queda de 44,9% sobre o resultado um ano antes. No fechado de 2012, o lucro recuou 30,6 por cento, a 528 milhões de reais. A MRV acumula queda de 29,72% em 2013.
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"Alavanca de crescimento de receita está bem endereçada, mas obviamente vai demandar um pouco de tempo para o mercado comprar a tese", diz Renato Franklin