São Paulo - O Ibovespa fechou o pregão desta sexta-feira em alta de 0,17%, aos 50.008 pontos. Pela segunda vez no ano, o acumulado do mês registrou alta, dessa vez de 3,68%. No mês, a LLX (LLXL3) foi o destaque de alta, ao subir 51,02%. Na ponta das maiores perdas está a Oi (OIBR4) que acumulou queda de 20,81%. Veja a seguir as 10 ações que mais subiram e as 10 que mais caíram no mês de agosto.
A campeã de agosto foi a ação da LLX (LLXL3), que subiu 45,92% - vale lembrar que o preço da ação é de 1,43 real. As empresas de Eike Batista vem de um período difícil. Mas, em agosto, a LLX ganhou fôlego ao ter seu controle passado para a EIG Management Company LLC. No dia do anúncio da entrada do novo controlador, a ação da LLX reverteu uma queda de mais de 7% do início do pregão e chegou a subir mais de 15%. O novo controlador pretende investir 1,3 bilhão de reais na LLX. Dias após o anúncio da aquisição, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu um processo de análise de informações da LLX. No ano, a ação acumula queda de 40,42%.
A MMX (MMXM3) teve uma valorização de 29,17% - o preço da ação é de 2,17 reais. A MMX, junto com a LLX, é uma das empresas do grupo EBX, de Eike Batista, que está no front de alta no Ibovespa nesse mês - o grupo também tem representantes na ponta oposta. Também em meio a rumores de aquisição, a MMX atingiu, em agosto, a melhor cotação dos últimos cinco meses: 2,38 reais. Especulações indicavam interesse da Vale, da Usiminas, da CSN e do fundo soberano de Abu Dhabi, Mubadala Development. Nada foi anunciado até o momento, mas a MMX confirmou que se encontra em processo de avaliação de oportunidades de negócio na busca de maior valor agregado para seus acionistas. A MMX foi a única companhia de Eike que encerrou o segundo trimestre com caixa maior na comparação com o mesmo período do ano passado. No ano, a ação acumula queda de 51,24%.
No terceiro-lugar está a CSN(CSNA3), que ganhou um empurrãozinho na temporada de balanços. As ações ordinárias da CSN dispararam após a companhia entregar um resultado superior às estimativas do mercado no segundo trimestre, impulsionado por vendas maiores mercado doméstico. No mês, a alta foi de 22,52%. A ação vale 8,42 reais. No ano, a ação acumula queda de 23,70%.
O lucro líquido da MRV (MRVE3) no segundo trimestre veio acima das expectativas de analistas – beneficiado por um maior volume de vendas e menor concorrência do setor. O papel teve uma valorização de 20,38% no mês – a ação vale 8,33 reais. No ano, a ação acumula queda de 27,75%.
O papel da Gerdau (GGBR4) valorizou-se 18,89% no mês, chegando a valer 17,15 reais. Por exportar commodities, a empresa se beneficiou com a escalada do dólar ante o real. O lucro da empresa no segundo trimestre foi três vezes acima do previsto para o período. A Gerdau liderou as recomendações para investimentos em ações brasileiras em agosto. No começo do mês, a agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) reafirmou o rating BBB- da Gerdau, com perspectiva estável. No ano, a ação acumula queda de 3,65%.
Após o anúncio de seu resultado nesse mês, a Suzano (SUZB5) empolgou os investidores e foi responsável por uma das maiores altas do pregão naquele dia. Apesar do aumento no nível de dívida líquida/ebitda, o resultado foi visto como positivo. A Suzano também se beneficia com a desvalorização do real. A ação valorizou-se 16,05% no mês. O valor é de 9,40 reais. No ano, a ação acumula alta de 36,55%.
Depois dessa semana, a OGX (OGXP3) passou a integrar – e liderar - as maiores baixas do Ibovespa. O papel da OGX caiu de 0,83 centavos de real na segunda-feira para 0,51 centavos na quinta. No começo da semana, a empresa anunciou a desistência de nove blocos da 11ª rodada, o que deve lhe render uma penalidade no valor estimado de 3,420 milhões de reais. No mês, a queda foi de 53,13%, com a ação valendo 0,30 centavos. A empresa se viu submersa em más notícias. Reportagens dessa semana afirmam que a petroleira estaria atrasando faturas de vários fornecedores essenciais e que Eike Batista estaria buscando alternativas para pagar os credores da OGX - e oferecendo fatias da empresa para quitar dívidas. Também circularam informações de que a estatal malaia Petronas pode desistir da compra de 40% de participação em dois blocos de exploração da OGX. Nessa semana, Eike Batista vendeu 1,54% do capital social da petroleira OGX e circularam rumores da saída do BTG Pactual do processo de reestruturação do grupo. No ano, a queda é de 93,15%.
A Oi ocupa o segundo lugar entre as maiores baixas. A Oi (OIBR3) acumulou desvalorização de 20,83% no período. O valor da ação foi para 3,80 reais. Os resultados da empresa no segundo trimestre decepcionaram. Analistas esperavam um lucro líquido de cerca de 300 milhões de reais e a empresa entregou um prejuízo líquido de 124 milhões de reais. A empresa ainda decidiu alterar sua política de remuneração de acionistas e com isso vai pagar dividendos de 500 milhões de reais relativos aos exercícios sociais de 2013 a 2016. Ainda este mês, a agência de classificação de risco Fitch rebaixou os ratings em moeda estrangeira e local da Oi de BBB para BBB- e o em escala nacional de AAA(bra) para AA+(bra), incluindo emissões de notas seniores e debêntures locais. A perspectiva dos ratings permaneceu negativa. A agência afirmou que os rebaixamentos refletem os fracos resultados operacionais e a maior alavancagem líquida. No ano, a queda é de 55,16%.
A ação preferencial da Oi (OIBR4) foi a terceira que mais se desvalorizou. A queda foi de 20,81% no mês, com a ação valendo 3,54 reais. No ano, a queda é de 53,40%.
No mês, a queda foi de 17,85%, com a ação valendo 6,12 reais. A Marfrig (MRFG3) teve um dos maiores prejuízos do semestre. O prejuízo foi de 501,1 milhões de reais – ante lucro de 49,9 milhões de reais em igual período de 2012. No ano, a queda é de 27,83%.
A Sabesp (SBSP3) já havia enfrentado dificuldades por causa das tarifas e, nesse mês, a Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) anunciou que vai manter a suspensão da revisão das tarifas “por identificar significativas inconsistências metodológicas e quantitativas no laudo dos ativos apresentados pela Sabesp”. No mês, os papéis da Sabesp perderam 16,57% no mês – o valor da ação foi a 19,59 reais. No ano, a queda é de 32,35%
A Souza Cruz (CRUZ3) teve uma queda de 11,19% neste mês. O valor da ação foi para 25,00%. A Souza Cruz é uma das empresas que foi mais lucrativas no primeiro semestre. O lucro dela no período foi de 889,8 milhões de reais – um crescimento de 5% em relação ao mesmo período de 2012. Mesmo assim, o balanço do segundo trimestre foi considerado fraco e derrubou os papeis após sua divulgação. No ano, a queda é de 17,35%.
O lucro líquido da Dasa (DASA3) no segundo trimestre subiu 51,9%, mas o mercado não recebeu bem a notícia. As ações caíram após o anúncio – analistas destacaram o maior número de dias úteis no período e avaliavam que a companhia não teve melhora de eficiência no segundo trimestre. A ação da Dasa caiu 9,17% no mês, passando a valer 10,09 reais. No ano, a queda é de 15,43%.
21. Veja agora quem foi beneficiado pela temporada de balançoszoom_out_map
"Alavanca de crescimento de receita está bem endereçada, mas obviamente vai demandar um pouco de tempo para o mercado comprar a tese", diz Renato Franklin