São Paulo - Com base em cinco temas de investimento, o HSBC escolheu seus 10 papéis preferidos no Brasil de uma perspectiva de estratégia de ações. O relatório é assinado por André Carvalho e Francisco V. Machado. A escolha do banco baseia-se em um cenário de real desvalorizado (bom para exportações e substituição de importações), perspectivas melhores para o consumo (especialmente para bens não duráveis, itens de ticket baixo e créditos inadimplentes) recessão improvável neste e no próximo ano - mas com riscos cada vez maiores- possível surpresa com alguma alta da inflação e as eleições em 2014. Se o atual cenário de corrida eleitoral apertada prevalecer até as eleições, a probabilidade de recessão em 2015 provavelmente será alta “e o governo pode continuar a usar as empresas/bancos estatais para implementar sua política”, segundo o relatório. O relatório afirma que foi atribuído peso igual a cada ação e adotado o MSCI Brasil como a referência. A seleção se fundamenta em uma visão macroeconômica e é beneficiada pelas preferências dos analistas do HSBC para a América Latina em seus respectivos setores. O horizonte de investimento é de um ano e a seleção será atualizada conforme necessário.
O desempenho da Vale (VALE5) está ligado ao comportamento da China, das commodities e do real. Segundo o HSBC, hoje, o papel sofre o efeito negativo dos temores excessivos de um "pouso forçado" na China e refletem preços do minério de ferro abaixo da projeção do banco. A empresa também é favorecida pela desvalorização do real. Também são bem vistas as iniciativas de cortes de custos, venda de ativos e recuperação de metais básicos. A recomendação do HSBC é overweight (alocação acima da média de mercado) para um preço alvo de 41 reais.
A Fibria (FIBR3) também se beneficia da desvalorização do real e da visão otimista com relação aos preços da celulose em relação ao consenso. Há outros fatores que colaboram para o pape, ficar entre os preferidos, como a contínua desalavancagem do balanço, a expansão da margem ebitda e possível obtenção de grau de investimento em 2014. A recomendação do HSBC é de alocação acima da média de mercado para um preço alvo de 30,5 reais.
Os principais catalisadores para a ação são uma estabilização nos preços da celulose depois do verão, tendências de desvalorização do Real e incremento do projeto no Maranhão, segundo o HSBC. A ação é negociada a um VF/EBITDA de 8,8x para 2014. De acordo com o HSBC, a Suzano (SUZB5) tem o melhor perfil de crescimento da produção em curto prazo da região. A recomendação do HSBC é de alocação acima da média de mercado para um preço alvo de 10,75 reais.
Na Ultrapar (UGPA3) o HSBC destaca a sólida perspectiva para as vendas de combustíveis, as altas margens ebitda na Ipiranga e características defensivas e de resiliência de seus segmentos de negócio. “A administração tem um histórico expressivo e a governança corporativa da empresa é alta”, afirma o HSBC, para quem os principais catalisadores continuam sendo os resultados operacionais sólidos e a diferença no preço doméstico de combustíveis, que subsidia o consumo. A recomendação do HSBC é de alocação acima da média de mercado para um preço alvo de 62 reais.
A Hypermarcas (HYPE3) deve se beneficiar da recuperação do consumo que o HSBC prevê para o segundo semestre. Iniciativas da empresa para consolidar as plataformas de fabricação e logística também devem dar resultados – aumento da eficiência, expansão de margens, melhores fluxos de caixa e desalavancagem financeira. A empresa pode se beneficiar de uma redução nos impostos sobre medicamentos, se essa for implementada, e pela substituição de importados. A recomendação do HSBC é de alocação acima da média de mercado para um preço alvo de 19,5 reais.
Para a Ambev (AMBV4), a expectativa é de uma melhoria no crescimento no segundo semestre resultante da estratégia de preços de embalagens, além de uma exposição favorável ao custo de commodites e do foco em marcas premium e em inovação. A recomendação do HSBC é de alocação acima da média de mercado para um preço alvo de 101 reais.
Para o HSBC, a Telefonica Brasil (VIVT4) tem a rede de ativos de maior qualidade do setor, baixa alavancagem e administração qualificada. O principal atrativo para a ação é o dividend yield (retorno) generoso e com boa cobertura, de 8-8,5% em 2013-14E, e um ambiente regulatório mais estável. A recomendação do HSBC é neutra para um preço alvo de 58 reais.
Para o HSBC, a redução no crescimento dos custos é uma melhoria relevante para o Bradesco (BBDC4), considerando o alto número de agências abertas durante 2011-12. O HSBC também acredita que o Bradesco deve ser favorecido pela perspectiva de sólido crescimento na indústria de seguros do Brasil. Os principais catalisadores são taxas de desemprego estáveis, levando a reduzir a percepção de risco no que se refere à inadimplência. A recomendação do HSBC é de alocação acima da média de mercado para um preço alvo de 40 reais.
Para a Cielo (CIEL3), os principais catalisadores continuam sendo um ambiente competitivo e regulatório racional, que permita a contínua penetração do mercado, com altas margens. Para o HSBC, o papel seria um meio defensivo de se expor ao consumo amplo das famílias e ao aumento da inflação. Contribuiriam positivamente para a ação, a redução nos temores regulatórios, o cenário competitivo racional e a retomada do espírito de consumo. A recomendação do HSBC é neutra para um preço alvo de 54,1 reais.
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"Alavanca de crescimento de receita está bem endereçada, mas obviamente vai demandar um pouco de tempo para o mercado comprar a tese", diz Renato Franklin