Invest

ARM reverte prejuízo no terceiro trimestre e lucro supera estimativa do mercado

Com aumento de 23% nos royalties, ARM reforça papel na expansão da IA e eficiência computacional

ARM: desenvolvera britânica de arquiteturas e designs de microprocessadores (Chris Ratcliffe/Getty Images)

ARM: desenvolvera britânica de arquiteturas e designs de microprocessadores (Chris Ratcliffe/Getty Images)

Publicado em 6 de novembro de 2024 às 18h56.

Última atualização em 6 de novembro de 2024 às 18h57.

A ARM completou um ano desde seu IPO com um lucro líquido de US$ 107 milhões no terceiro trimestre, revertendo o prejuízo de US$ 110 milhões registrado no mesmo período do ano anterior. O lucro por ação foi de US$ 0,30 ante consenso de US$ 0,26. O aumento reflete o impacto da adoção crescente de suas tecnologias, especialmente em inteligência artificial e dispositivos de alta eficiência energética.

A receita total no período foi de US$ 844 milhões, uma alta de 5% em relação ao ano anterior. As receitas de royalties – valores pagos continuamente pelos clientes a cada unidade vendida que utiliza a tecnologia ARM – cresceram 23%, somando US$ 514 milhões. Já a receita de licenciamento, proveniente do pagamento inicial dos clientes para obter o direito de uso da tecnologia ARM, foi de US$ 330 milhões, uma queda de 15% devido à variação no tempo e tamanho de grandes contratos.

Para a ARM, o crescimento nas receitas de royalties é um reflexo direto da expansão da inteligência artificial em diversos mercados, do cloud ao edge. “A IA está abrindo novas frentes para a plataforma de computação da ARM,” afirma Rene Haas, CEO da companhia, referindo-se à demanda por dispositivos que combinem eficiência energética e alta performance.

A empresa vê essa expansão como um catalisador de longo prazo. A arquitetura ARMv9, por exemplo, foi adotada por fabricantes como Apple e MediaTek, trazendo ganhos de desempenho em dispositivos de última geração. “A ARMv9 tem sustentado o aumento das receitas de royalties no mercado de smartphones,” comenta Haas, destacando que a inferência de IA e o ganho de desempenho mantêm a tecnologia ARM como preferida no setor.

Além disso, a ARM ampliou o número de licenças para seus sistemas de computação (CSS), que ajudam os parceiros a reduzir o tempo de lançamento de novos produtos. “O CSS tornou-se o ponto de partida padrão para muitos dos designs de chips de nossos parceiros,” afirma Haas, que considera essa abordagem uma base para projetos futuros.

Parcerias

No setor de data centers, a ARM firmou parcerias com Microsoft e Google, que lançaram seus primeiros chips com base em arquitetura ARM. O Google, por exemplo, registrou um ganho de 65% em custo-benefício com o chip Axion, reforçando a viabilidade da tecnologia da ARM para demandas de alta performance.

A ARM segue focada em atender à demanda por soluções que atendam tanto os requisitos energéticos quanto as demandas de processamento da IA. “Estamos preparados para sustentar o crescimento do ecossistema de computação nas próximas décadas,” afirma Haas.

Acompanhe tudo sobre:ArmInteligência artificial

Mais de Invest

Por que o Fed não animou Wall Street?

Volatilidade cambial pode ser principal preocupação do mercado em 2025, diz relatório

Leilões do BC derrubam ainda mais o dólar; Ibovespa opera em queda

O que explica a atual crise da China?