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Argentina: dólar blue dispara e sobe para 1.150 pesos após Milei anunciar "pacotaço" de medidas

Entre os anúncios, está a redução dos subsídios às tarifas de energia, água e gás e ao transporte público

Dólar blue: cotação não oficial bate os 1.150 pesos (Emiliano Lasalvia/AFP)

Dólar blue: cotação não oficial bate os 1.150 pesos (Emiliano Lasalvia/AFP)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 13 de dezembro de 2023 às 12h41.

Última atualização em 13 de dezembro de 2023 às 13h24.

No terceiro dia após Javier Milei tomar posse como presidente da Argentina, o dólar blue, cotação paralela e não oficial, mas que melhor representa a relação entre oferta e demanda, subiu 7,5% em relação ao fechamento anterior e é vendido a 1.150 pesos nesta quarta-feira 13, segundo o jornal "La Nación".

A disparada da cotação paralela é reflexo de uma série de medidas anunciadas pelo governo Milei. Nesta terça-feira, 12, o ministro da Economia, Luis Caputo, elevou a taxa de câmbio oficial de 400 para 800 pesos por dólar. A mudança corresponde a uma desvalorização da moeda argentina na ordem de 50%, que já estava fortemente desvalorizada.

Leia também:

Pacotaço de medidas

A disparada do dólar blue acontece após o “pacotaço” de medidas anunciadas por Milei que, segundo o governo, visa conter a inflação. Além da desvalorização do peso, foram anunciados que:

  • Os contratos de trabalho com o Estado com menos de um ano de vigência não serão renovados.
  • Anúncios publicitários do governo serão suspensos por um ano.
  • As secretarias serão reduzidas de 106 a 54.
  • Transferências do governo federal para as províncias serão reduzidas ao mínimo.
  • Não haverá novas obras públicas. As que já foram licitadas e não iniciadas serão canceladas.
  • Suspensão dos subsídios às tarifas de energia, água e gás e transporte público.

Milei tomou posse no domingo, 10, como presidente do país. Desde que venceu as eleições, ele vem dizendo que será preciso fazer um ajuste duro no país para reduzir os gastos públicos e, assim, conter a inflação, que supera os 140% ao ano.

*Colaborou Rafael Balago

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