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Argentina, balanços, reformas: o Ibovespa rumo aos 110 mil?

A grande expectativa do dia é pela votação em segundo turno da reforma da Previdência no Senado

Bolsa: apenas 47% dos gestores de fundos estão otimistas com o mercado de capitais no Brasil até o fim de 2019 (Germano Lüders/Exame)

Bolsa: apenas 47% dos gestores de fundos estão otimistas com o mercado de capitais no Brasil até o fim de 2019 (Germano Lüders/Exame)

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Da Redação

Publicado em 22 de outubro de 2019 às 06h26.

Última atualização em 22 de outubro de 2019 às 06h47.

Após o índice Ibovespa bater recorde no fechamento de ontem, nos 106.022 pontos, investidores e analistas começam a terça-feira (22) se questionando até onde o índice pode ir. A grande expectativa do dia é pela votação em segundo turno da reforma da Previdência no Senado, que pode ajudar a aplacar a crise política no partido do presidente Jair Bolsonaro, o PSL.

O texto principal da Previdência, após muitos adiamentos e um esvaziamento de 400 bilhões de reais em economias, deve ser aprovado sem grandes sustos tanto na Comissão de Constituição e Justiça quanto no Plenário. As atenções estão voltadas para a proposta paralela que discute a inclusão de estados e municípios e para a lenta discussão de reforma na aposentadoria de militares.

A crise no partido do governo também pode trazer dificuldade para o encaminhamento de outras reformas com que os investidores contam para destravar a economia brasileira, como a administrativa e a tributária. A avaliação é que tanto Jair Bolsonaro quanto o PSL não têm força legislativa nem interesse político em encaminhar essas pautas, deixando as bombas na mão do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Para além das reformas no Congresso, investidores devem começar a se concentrar na temporada de balanços das empresas brasileiras, que começa amanhã. Nos Estados Unidos, onde os índices de ações também estão perto da máxima histórica, analistas esperam uma queda de 4% no lucro das 500 maiores empresas abertas, o que pode ser o suficiente para o pior trimestre em uma década para alguns setores. Seria uma comprovação de que os efeitos da guerra comercial com a China já chegaram à economia real.

A instabilidade global segue tão elevada quando nas semanas anteriores, com incertezas sobre o Brexit e sobre o impeachment de Donald Trump puxando a fila. Equador, Chile, Bolívia e Peru estão em crise política e social e a Argentina, um de nossos principais parceiros comerciais, vai às urnas neste fim de semana e deve tirar do poder Mauricio Macri, muy amigo de Jair Bolsonaro.

Pesquisa do Bank of America Merrill Lynch divulgada na semana passada apontou que menos da metade dos gestores de fundos no Brasil preveem o Ibovespa acima dos 110 mil pontos no fim de 2019. Apenas 47% dos consultados mantêm o otimismo com a bolsa, ante 87% de julho, quando alguns gestores chegaram a prever o Ibovespa em 125 mil pontos no fim do ano. A temporada de balanços deve ser decisiva para unir o mundo das expectativas ao mundo real da economia brasileira.

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