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Apple 'respira aliviada' com isenção de tarifaço a eletrônicos

Mais de 85% dos iPhones, maior fonte de renda da empresa, são fabricados na China

Empresa teme que mudança brusca de fábricas aumente preços de itens e afaste consumidores (	Cheng Xin/Getty Images)

Empresa teme que mudança brusca de fábricas aumente preços de itens e afaste consumidores ( Cheng Xin/Getty Images)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter

Publicado em 13 de abril de 2025 às 08h39.

Última atualização em 13 de abril de 2025 às 09h05.

Por enquanto, a Apple conseguiu escapar de sua maior crise desde a pandemia. As tarifas de 125% impostas por Donald Trump sobre produtos produzidos na China ameaçaram afetar seriamente sua cadeia de suprimentos. No entanto, na noite de sexta-feira, o presidente dos EUA concedeu à Apple uma grande vitória: isentou do tarifaço eletrônicos como iPhones, iPads, Macs, Apple Watches e AirTags.

Outra vitória para a empresa de Cupertino: a tarifa de 10% sobre produtos importados de outros países foi eliminada para esses itens. Analistas ouvidos pela Bloomberg acreditam que as ações da Apple devem começar a semana em crescimento - a queda no mês já passou dos 10%.

Embora uma nova tarifa setorial ainda possa ser aplicada a produtos com semicondutores — e uma tarifa de 20% sobre a China segue valendo —, essa mudança de política dos EUA representa uma vitória para a Apple e para a indústria de eletrônicos, que ainda dependem muito do país asiático para sua fabricação. Para se ter uma ideia, 17% da receita da empresa vem da China.

Falando apenas em iPhones, que são a maior fonte de receita da Apple, 87% deles são produzidos na China, segundo estimativas do Morgan Stanley. Cerca de quatro em cada cinco iPads também são fabricados no país, juntamente com 60% dos Macs.

Juntos, esses produtos são responsáveis ​​por cerca de 75% da receita anual da Apple, segundo a Bloomberg. Ainda assim, a empresa agora fabrica quase todos os seus Apple Watches e AirPods no Vietnã. Alguns iPads e Macs também são fabricados naquele país, e a produção de Macs está se expandindo na Malásia e na Tailândia. A ideia, aos poucos, é cortar a dependência da China.

Novo destino da Apple

Antes dessa última isenção de impostos, a fabricante do iPhone tinha um plano: ajustar sua cadeia de suprimentos para fabricar mais iPhones com destino aos EUA a partir da Índia, que estaria sujeita a impostos menores. Os executivos da empresa acreditavam que essa seria uma solução de curto prazo para evitar o tarifaço aplicado sobre a China e evitar aumentar os preços aos consumidores.

Segundo a Bloomberg, as fábricas de iPhone na Índia estão a caminho de produzir mais de 30 milhões de iPhones por ano, o que pode atender uma boa parte da demanda americana. Atualmente, a Apple vende cerca de 220 milhões a 230 milhões de iPhones por ano, com cerca de um terço deles indo para os EUA.

Essa mudança, porém, não aconteceria sem alguns traumas. A companhia já está se aproximando da produção do iPhone 17, que será fabricado principalmente na China.

Em apenas alguns meses, a empresa precisaria realizar a complicada tarefa de transferir mais produção do iPhone 17 para a Índia ou outro lugar. Provavelmente, isso aumentaria os preços, o que ainda pode acontecer. A Apple obtém quase 60% de sua receita fora das Américas, de acordo com a Bloomberg.

A companhia de Cupertino, por ora, respira mais aliviada, mas sabendo que a Casa Branca de Donald Trump pode mudar de humor, e de tarifas, a qualquer momento.

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