Ações da empresa caíram 4,1% na quinta-feira; Apple também enfrenta investigações na Europa (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter colaborador
Publicado em 22 de março de 2024 às 07h28.
Após ser processada pelo Departamento de Justiça dos EUA por violar as leis antitruste, a Apple começam a sentir os prejuízos da ação do governo americano.
Segundo o Yahoo Finance, as ações da empresa caíram 4,1% na quinta-feira, tirando US$ 113 bilhões em valor de mercado e elevando a perda acumulada em 2024 para 11%. Outrora a empresa mais valiosa do mundo, com valuation de US$ 3 trilhões, a Apple teve um desempenho inferior ao do Nasdaq 100 e do S&P 500 em 2024.
O processo americano, apresentado na quinta-feira no tribunal federal de Nova Jersey, acusa a Apple de bloquear o acesso de rivais a recursos de hardware e software em seus dispositivos. As possíveis investigações na Europa, que também têm como alvo alguns dos rivais da Apple, se concentrarão nas novas taxas, termos e condições da empresa para desenvolvedores de lojas de aplicativos.
A Apple reagiu ao processo dos EUA chamando-o de "errado em relação aos fatos e à lei".
O processo nos EUA alega que a Apple usou seu poder sobre a distribuição de aplicativos no iPhone para impedir inovações que teriam facilitado a troca de telefones pelos consumidores. A empresa se recusou a oferecer suporte a aplicativos de mensagens entre plataformas, limitou carteiras digitais de terceiros e smartwatches que não são da Apple e bloqueou serviços móveis de streaming em nuvem, de acordo com o Departamento de Justiça dos EUA.
A Lei dos Mercados Digitais - que estabelece uma série de obrigações para algumas das maiores plataformas de tecnologia do mundo - permite que a Comissão Europeia aplique multas de até 10% da receita mundial anual total de uma empresa e de até 20% para as empresas que repetidamente desrespeitarem as regras.
Depois de iniciar investigações formais contra a Apple - o Google também está na mira -, os reguladores pretendem concluir seu trabalho em até um ano.
A Apple, que acaba de receber uma multa de 1,8 bilhão de euros (US$ 2 bilhões) da União Europeia por impedir que aplicativos de streaming de música informem os usuários sobre ofertas mais baratas, tem sido alvo de um exame minucioso desde que a Lei dos Mercados Digitais entrou em vigor em 7 de março.