Mercados

Apple cai forte na bolsa após iPhone perder apelo

Espera pelo lançamento do novo modelo diminui as vendas e a receita do trimestre

Receita de US$ 35 bi, abaixo dos US$ 37,22 bi esperados fez que com as ações caíssem (Oli Scarff/Getty Images)

Receita de US$ 35 bi, abaixo dos US$ 37,22 bi esperados fez que com as ações caíssem (Oli Scarff/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de julho de 2012 às 16h13.

São Paulo - As ações da Apple (AAPL), maior empresa em valor de mercado do mundo, estão em forte queda após o anúncio do balanço do terceiro trimestre de 2012 feito na terça-feira pela empresa. A receita de 35 bilhões de dólares, abaixo dos 37,22 bilhões de dólares projetado por analistas é o principal motivo de preocupação por parte dos investidores. Na mínima do dia, as ações chegaram a cair 5,15%. A queda representa uma perda de aproximadamente 29 bilhões de dólares em valor de mercado.

A margem bruta - diferença entre o preço de venda e os custos envolvidos na fabricação de um produto - no trimestre também ficou abaixo do previsto por analistas (43,68%) e terminou o semestre em 42,8%. Já o lucro líquido cresceu comparado a um ano antes: foi de 7,3 bilhões de dólares para 8,8 bilhões de dólares.

A queda na receita é explicada pela venda de iPhones menor que a prevista pelos analistas em Wall Street. Enquanto as previsões indicavam que 28,4 milhões de unidades seriam vendidas, segundo dados colhidos pela Bloomberg, as vendas ficaram em 26 milhões.

Novos produtos

A Apple espera que os resultados continuem ruins durante o trimestre atual, visto que a expectativa para o novo modelo iPhone 5 (previsto para outubro) está causando uma pausa nas vendas dos já existentes. A empresa disse que as receitas totais devem cair para 34 bilhões de dólares, e que o lucro vai cair para 7,65 dólares por ação. Os analistas previam 38 bilhões de dólares nas receitas e lucro de 10,27 dólares por ação, de acordo com a Thomson Reuters I/B/E/S.


“Como todas as outras empresas têm um ciclo de design mais rápido, a Apple tem que apresentar um novo modelo de celular que seja competitivo não só no lançamento, mas que continue competitivo por um longo período. Isso vai ser cada vez mais difícil.”, disse à Bloomberg Michael Obuchowski, da North Shore Asset Management LLC, que possui ações da Apple.

Apesar da queda na venda de iPhones, o desempenho das vendas do iPad superou as expectativas de 15,4 milhões, batendo o recorde de 17 milhões de tablets vendidos. As vendas dos computadores Mac e de iPods também tiveram bons resultados. Foram 4 milhões de computadores e 6,8 milhões de aparelhos de música - as previsões eram de 4,3 milhões e 6,6 milhões, respectivamente.

Análises

Para Bill Choy, analista da Janney Capital Markets, “a Apple está passando por uma desaceleração de verão a espera de anúncios de produtos importantes”, diz. Choy explica em um relatório obtido por EXAME.com que já esperava um resultado mais fraco e também uma expectativa menor da própria empresa para o próximo trimestre e por isso recomenda a compra das ações em qualquer queda. Ele projeta um valor justo para os papéis de 720 dólares, o que representa um potencial de valorização de 26%.

O Goldman Sachs, por sua vez, que estava mais otimista, cortou o preço-alvo às ações da empresa de 850 dólares para 790 dólares. A recomendação de “compra convicta” foi reiterada, mostra a análise assinada pelo analista Bill Shope. “A performance da margem bruta da Apple e os comentários macroeconômicos serviram como as principais fontes de desapontamento”, afirma Shope em um relatório citado pelo site Business Insider.

Acompanhe tudo sobre:AçõesApplebolsas-de-valoresEmpresasEmpresas americanasempresas-de-tecnologiaTecnologia da informação

Mais de Mercados

Casas Bahia reduz prejuízo e eleva margens, mas vendas seguem fracas; CEO está confiante na retomada

Tencent aumenta lucro em 47% no 3º trimestre com forte desempenho em jogos e publicidade

Ações da Americanas dobram de preço após lucro extraordinário com a reestruturação da dívida

Na casa do Mickey Mouse, streaming salva o dia e impulsiona ações da Disney