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Apple, Amazon e Alphabet: como a queda da demanda impactou os balanços

Gigantes de tecnologia buscaram responder a investidores e analistas quais as estratégias para sair da crise

Apple: as vendas da empresa caíram mais do que o previsto no último trimestre (picture alliance/Getty Images)

Apple: as vendas da empresa caíram mais do que o previsto no último trimestre (picture alliance/Getty Images)

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Bloomberg

Publicado em 4 de fevereiro de 2023 às 11h00.

(Bloomberg) -- Os balanços das gigantes de tecnologia Apple, Amazon e Alphabet, dona do Google, divulgados na última quinta-feira mostram que o desaquecimento econômico atingiu em cheio a demanda por diversos produtos e serviços, como eletrônicos, comércio online, computação em nuvem e publicidade digital.

As vendas da Apple caíram mais do que o previsto por analistas durante o trimestre das festas de fim de ano, impactadas pelas fracas vendas de iPhones e Macs. A receita da Amazon foi reduzida pela menor demanda de consumidores por produtos vendidos online e pela desaceleração do crescimento em um negócio antes em expansão: a oferta de poder computacional remoto para empresas. Os resultados da Alphabet, dona do Google, ficaram abaixo das estimativas. Clientes diminuíram pedidos de anúncios que acompanham resultados de busca online.

“A guerra na Ucrânia, as pressões inflacionárias, a incerteza econômica e os ventos macroeconômicos contrários mantiveram a confiança do consumidor em baixa em 2022, enquanto usuários de smartphones reduziram a frequência das compras”, escreveu Harmeet Singh Walia, analista sênior da Counterpoint Research, em relatório sobre a Apple.

A fraqueza econômica também afetou a demanda corporativa por anúncios e computação em nuvem, disse Mandeep Singh, líder de tecnologia da Bloomberg Intelligence. O impacto da lentidão da economia ficou mais evidente na Alphabet, que destacou a menor demanda de anunciantes “ecoando o que outros fornecedores de anúncios disseram”, afirmou em entrevista. “O consumo de nuvem está diminuindo, embora as taxas de crescimento ainda sejam maiores” nesse segmento, acrescentou.

As três empresas enfatizaram maneiras pelas quais trabalham para superar a crise. O CEO da Alphabet, Sundar Pichai, deu forte peso à inteligência artificial como forma de melhorar os resultados de busca e outros produtos. A partir deste ano, a DeepMind, divisão focada em pesquisa de IA, será incluída nos custos corporativos da Alphabet. A medida vai mostrar como a tecnologia tem sido incorporada a outros negócios - e não apenas à divisão “Other Bets” da Alphabet, disse a empresa.

“Estou empolgado com os saltos impulsionados pela IA que estamos prestes a revelar em buscas e outras coisas”, disse Pichai em comunicado.

Parte do fraco desempenho da Apple no último trimestre foi resultado de gargalos na cadeia de suprimentos, principalmente na China, onde lockdowns relacionados à Covid paralisaram a produção e também afastaram consumidores das lojas. O CEO da Apple, Tim Cook, disse que a flexibilização das regras de combate à Covid na China - um dos maiores mercados da Apple – tem ajudado a melhorar as perspectivas.

“Quando olhamos a abertura iniciada em dezembro, vemos uma mudança marcante no tráfego em nossas lojas em comparação com novembro – e isso também aconteceu com a demanda”, disse Cook em teleconferência com analistas. A produção “agora está de volta onde queremos que esteja”, acrescentou.

O CEO da Amazon, Andy Jassy, concentrou-se nos esforços da varejista para cortar custos, revertendo a forte onda de contratações e gastos provocada pelo “boom” do comércio online que acompanhou a pandemia.

“Acho que provavelmente a prioridade número 1 em que dedico tempo com a equipe é reduzir nossos custos para atender nossa rede de operações”, afirmou Jassy a analistas em teleconferência.

A diretora financeira da Alphabet, Ruth Porat, também destacou aos investidores que a empresa diminuirá “significativamente” o ritmo de contratações este ano. A Alphabet e a Amazon anunciaram grandes cortes de empregos nas últimas semanas.

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