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Aposta de fundos em 'perdedores da crise' dá retorno de até 430%

'Buy and hold' de ações de hoteis, cassinos, parques e empresas de cruzeiros marítimos ao longo da pandemia ou compra na baixa se provaram estratégia com elevados retornos

Navio "Ovation of the Seas", da Royal Caribbean: ações da empresa subiram mais de 200% desde abril de 2020 | Foto: James D. Morgan/Getty Images (James D. Morgan/Getty Images)

Navio "Ovation of the Seas", da Royal Caribbean: ações da empresa subiram mais de 200% desde abril de 2020 | Foto: James D. Morgan/Getty Images (James D. Morgan/Getty Images)

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Bloomberg

Publicado em 22 de junho de 2021 às 06h10.

Enquanto o mundo era paralisado pelo novo coronavírus no ano passado, alguns fundos hedge decidiram continuar investidos nas empresas mais atingidas pela pandemia. Foram recompensados.

Alguns dos maiores fundos do setor apostaram em companhias que foram golpeadas quando a Covid-19 levou a lockdowns impostos pelos governos e a medidas de distanciamento social, segundo a consultoria de hedge funds PivotalPath.

Entre as apostas estão as ações de hotéis, cassinos, empresas de cruzeiros, redes de restaurantes e grupos de parques temáticos, cujos serviços devem receber maior demanda com o controle da pandemia nos Estados Unidos.

“Apesar da crença popular de que todos os fundos hedge ganharam dinheiro migrando para ações de tecnologia e de ambientes remotos, na verdade a maioria lucrou porque manteve empresas atingidas ou porque aumentou esses investimentos”, disse o CEO da PivotalPath, Jon Caplis. “Viram que grande parte da economia iria se recuperar.”

Embora alguns fundos tenham comprado ações que dispararam com o trabalho remoto -- como as da Zoom e as da Peloton --, essas apostas estavam na margem, disse Caplis. E foram feitas no início da pandemia, em fevereiro de 2020, antes que as ações despencassem devido à paralisação de grandes cidades em março, disse.

Essas apostas ajudaram a compensar as perdas com a onda vendedora. Mas, quando as ações de tecnologia deram um salto em abril, fundos hedge migraram para os “perdedores do distanciamento social” -- segundo a definição de Caplis -- ou aumentaram suas posições existentes neles, explicou.

Ranking dos “Perdedores do distanciamento social”:*

  1. SeaWorld Entertainment: +427%
  2. MGM Resorts: +247%
  3. Royal Caribbean Cruises: +232%
  4. Carnival: +220%
  5. Darden Restaurants: +186%
  6. Cinemark: +172%
  7. Wyndham Hotels & Resorts: +163%
  8. Marriott International: +101%
  9. Delta Air Lines: +88%
  10. Las Vegas Sands: +32% 

*Variação desde 1º de abril de 2020.

A D1 Capital, de Dan Sundheim, aumentou a exposição à sua antiga posição na operadora de cassinos Las Vegas Sands em 90% no segundo trimestre do ano passado, de acordo com documentos regulatórios. Embora o fundo tenha reduzido a posição, ainda possuía a ação em 31 de março deste ano, segundo os registros.

O Viking Global Investors abriu uma posição na Darden Restaurants, dona da rede Olive Garden, no segundo trimestre de 2020, antes de vender as ações no primeiro trimestre deste ano. O preço das ações da Darden mais que dobrou entre 1º de abril de 2020 e 31 de março de 2021, enquanto os papéis da Seaworld Entertainment -- comprada pela Candlestick Capital no mesmo período -- mais do que quintuplicaram no período.

O índice da PivotalPath com os dez “perdedores do distanciamento social” subiu 158% de 1º de abril de 2020 até o fim do mês passado. Enquanto isso, a cesta de “vencedores do distanciamento social” da PivotalPath, que inclui Amazon, Netflix e Zoom, avançou 101%.

“Os fundos hedge são realmente bons em escolher nomes desvalorizados -- e repetiram o feito”, disse Caplis.

 

 

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