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Após ir abaixo de R$3,10, compradores atuam e dólar tem leve alta

Os investidores repercutiram a volta das atuações do BC no mercado e a melhora de perspectiva do rating brasileiro pela Moody's

Dólar: "O dólar tem algumas razões para cair: Fed, Moody's e rolagem do swap" (Paul Nicholson/Flickr)

Dólar: "O dólar tem algumas razões para cair: Fed, Moody's e rolagem do swap" (Paul Nicholson/Flickr)

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Reuters

Publicado em 16 de março de 2017 às 18h12.

São Paulo - O dólar terminou a quinta-feira em alta, com fluxo comprador após a moeda norte-americana cair abaixo de 3,10 reais mais cedo ainda repercutindo a sinalização da véspera do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, de que não haverá altas adicionas de juros neste ano além das esperadas.

Os investidores também repercutiram a volta das atuações do Banco Central no mercado e a melhora de perspectiva do rating brasileiro pela agência de classificação de risco Moody's.

O dólar avançou 0,14 por cento, a 3,1155 reais na venda, depois de ter despencando 1,83 por cento no pregão passado. O dólar futuro tinha alta de 0,30 por cento.

A moeda teve uma trajetória mais constante de baixa no início dos negócios, quando foi caindo até bater a mínima de 3,0898 reais.

Neste momento, acabou atraindo compradores e, a partir disso, teve um comportamento mais errático, ao redor da estabilidade.

"Muitos profissionais enxergaram oportunidade de recompor suas posições, ficou atrativo. Mercado já viu duas ou três vezes esse movimento acontecer na casa dos 3,10 reais", comentou o operador da Spinelli José Carlos Amado.

Esse nível é de certa forma um piso informal do mercado e preços abaixo dele ficam interessantes para os investidores que querem comprar moeda. Apesar da recuperação até o fechamento, o mercado via a continuidade da tendência de baixa.

"O dólar tem algumas razões para cair: Fed, Moody's e rolagem do swap", citou o diretor de operações da corretora Mirae Asset, Pablo Spyer.

Na véspera, o Fed elevou os juros pela segunda vez em três meses, para a faixa entre 0,75 e 1 por cento, movimento amplamente esperado e impulsionado pelo crescimento econômico estável.

Entretanto, não indicou qualquer plano de acelerar o ritmo do aperto, reforçando a visão de mais duas altas neste ano.

Juros mais altos nos Estados Unidos podem atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados em outros mercados financeiros, como o brasileiro.

O dólar também reagiu à notícia de que a Moody's elevou a perspectiva do rating do Brasil, atualmente em Ba2, de negativa para estável, surpreendendo os agentes porque pode melhorar a confiança no país.

Além disso, o BC brasileiro voltou a atuar no mercado pormeio de leilão swaps cambiais tradicionais --equivalentes à venda futura de dólares-- para a rolagem dos contratos que vencem em abril.

Vendeu todo o lote de 10 mil contratos, reduzindo a 9,211 bilhões de dólares o total que vence em abril e que ainda resta para rolar.

Se mantiver o mesmo ritmo até o fim do mês e vendê-los na íntegra, o BC vai rolar parcialmente os contratos, num total de 5,5 bilhões de dólares.

"Apesar de ter sinalizado que será uma rolagem parcial, a leitura é favorável. Seria ruim se ele não rolasse nada", justificou Spyer, acrescentando que o mercado já trabalhava com esse expectativa.

Em fevereiro, o BC também havia feito rolagem apenas parcial do vencimento de março dos swaps.

Apesar do bom humor, os investidores continuavam atentos à cena política brasileira, bastante influenciada agora pela lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF) com 83 pedidos de abertura de inquérito contra políticos, com base nos acordos de delação premiada de 77 executivos da Odebrecht com a operação Lava.

Os pedidos, de acordo com reportagens, envolvem seis ministros do presidente Michel Temer, entre outros. O temor é que importantes reformas que precisam do aval do Congresso, como a da Previdência, sejam prejudicadas.

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