JBS: colocou diversos ativos à venda após a delação (Ueslei Marcelino/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 16 de agosto de 2017 às 09h59.
Última atualização em 16 de agosto de 2017 às 10h35.
As ações ordinárias da JBS, dona da Friboi, fecharam em alta na terça-feira, de 1,05%, um dia após o divulgação de resultados da companhia. O grupo anunciou queda de 79,8% de seu lucro, para R$ 309,8 milhões no segundo trimestre. As vendas líquidas caíram 4,6%, para R$ 41,6 bilhões.
Em teleconferência, o presidente da JBS, Wesley Batista, afirmou que espera melhores resultados para a companhia para o segundo semestre. Os resultados do segundo trimestre foram afetados, segundo ele, pela variação do câmbio. O grupo JBS e a holding J&F, da família Batista, entraram no olho do furacão em 17 de maio, quando vieram à tona as delações dos irmãos Joesley e Wesley Batista.
A empresa colocou diversos ativos à venda após a delação. Além das operações de carne da América do Sul, negociadas para o Minerva, o grupo se desfez de Vigor e Alpargatas. Agora, negocia o frigorífico Moy Park, a Eldorado (de celulose) e ativos de confinamento de gado nos EUA, além da Âmbar, de energia. Batista disse que o grupo não pretende se desfazer de mais ativos.
Segundo ele, a empresa não desistiu de fazer a abertura de capital da JBS Foods International na Bolsa de Nova York (Nyse). Batista disse que o projeto deverá ocorrer a partir de 2018.
A companhia, que negociou acordo de leniência e concordou em pagar R$ 10,3 bilhões ao Ministério Público Federal (MPF), está em conversas para concluir medida parecida com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ).
Assembleia
O braço de participações do BNDES, o BNDESPAr, acionista do grupo, convocou para o dia 1.º de setembro Assembleia Geral Extraordinária da JBS e se manifestou que tem intenção de votar favoravelmente para uma ação civil contra os irmãos Batista. A JBS preferiu não fazer "manifestações de qualquer acionista antecipadamente à AGE".