IPO: empresas que abriram o capital em 2021 registraram desvalorização (Germano Lüders/Exame)
Repórter de finanças
Publicado em 12 de setembro de 2023 às 16h00.
Última atualização em 12 de setembro de 2023 às 16h16.
Quem abriu o capital nos últimos anos não teve o retorno esperado. Um relatório do BTG Pactual (mesmo grupo controlador da EXAME), publicado nesta terça-feira, 12, aponta que das 42 empresas que fizeram IPO (Oferta Pública Inicial em inglês) em 2021, apenas dez estão no positivo.
Entre as empresas que apresentam retorno negativo, o destaque é a Dotz (DOTZ3), companhia de tecnologia de programa de fidelidade, que acumula queda de 92%. Outra companhia com retorno negativo em destaque é Espaçolaser (ESPA3), com queda de 91%.
Na outra ponta, com o melhor retorno no período, aparece Orizon (ORVR3), empresa que transforma lixo em produtos recicláveis. Desde seu IPO, a companhia valorizou 68% até esta terça-feira, 12.
Entre as 42 companhias que abriram o capital nos últimos anos, apenas quatro estão na carteira do Ibovespa. Destas, a Vamos (VAMO3) e a PetroReconcavo (RECV3) fazem parte do grupo que valorizou, com retorno de 65% e 49%, respectivamente. Já a CSN Mineração (CMIN3) e a Raízen (RAIZ4) representam a parcela do índice que figura entre as quedas, de 48% e 49%, respectivamente.
Ao analisar os setores, as empresas do agronegócio são as que mais valorizaram no período. A Boa Safra (SOJA3) subiu 42%, enquanto a Vittia (VITT3) teve valorização de 42%, a 3tentos (TTEN3), de 12%, e a Jalles Machado (JALL3), de 8%.
Já em relação às desvalorizações, empresas dos setores de varejo e assistência médica protagonizam o ranking, com seis companhias de cada segmento recuando. A exemplo, Kora Saúde (KRSA3) recuou 84%.
O estudo também chama a atenção pela escassez de IPOs em 2022 e 2023, fato que não acontecia desde antes de 2004. A última empresa a entrar para o universo do mercado de capitais aberto foi o Nubank (NUBR34), em dezembro de 2021, quando realizou uma dupla listagem na bolsa de Nova York e na B3.