As universidades privadas do Brasil estão se beneficiando do impulso que o aumento da renda e o acesso mais fácil ao crédito (Kiko Ferrite/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 28 de setembro de 2012 às 08h56.
São Paulo - As ações da Anhanguera Educacional Participações SA, maior universidade privada do Brasil, e as de suas duas maiores concorrentes brasileiras estão superando seus pares globais. O setor está sendo impulsionado pelo aumento do crédito. Os empréstimos estudantis triplicaram após o governo cortar as taxas de juros e facilitar a quitação dos débitos.
A Estácio Participações SA, terceira maior empresa do setor, registrou um retorno total de 91 por cento neste ano, o maior dentre as 32 faculdades privadas mundiais, mostram dados da Bloomberg. A Kroton Educacional SA, com sede em Belo Horizonte, ostenta um retorno total de 84 por cento, e a Anhanguera teve retorno de 64 por cento. Isso se compara a um retorno médio negativo de 30 por cento das ações de 15 faculdades dos Estados Unidos.
As universidades privadas do Brasil estão se beneficiando do impulso que o aumento da renda e o acesso mais fácil ao crédito dão à demanda pelo ensino superior na maior economia da América Latina, onde menos de um em cada 10 brasileiros possui um diploma de curso superior. Mais estudantes estão se voltando para cursos online e aulas noturnas em instituições privadas, já que algumas universidades públicas aceitam menos estudantes do que a Universidade de Princeton, que está entre as chamadas “ivy-league”.
O programa de crédito estudantil reformulado pelo governo “foi o grande divisor de águas para essas empresas”, disse Luiz Fernando Azevedo, analista da Bradesco Corretora, em entrevista por telefone em São Paulo. “O empréstimo não apenas ajuda a atrair os estudantes da classe média que sabem que uma faculdade é a chave para um futuro melhor como também ajuda a segurá-los na sala de aula.”
A USP, universidade pública de São Paulo que está no 169º lugar na lista das 400 Melhores Universidades do U.S. News, aceitou apenas 7,4 por cento dos 146.892 estudantes que se inscreveram no ano passado. Princeton aceitou 7,9 por cento dos inscritos para a turma de calouros de 2012, e a Universidade Columbia ofereceu vagas para 7,4 por cento de seus inscritos.