Nova York - Os profissionais de finanças dos EUA, lugar de criação do rifle Winchester e dos filmes de Cheech Chong, se sentem muito mais à vontade com empresas produtoras de maconha e armas do que seus colegas da Europa e da Ásia, apontou a Bloomberg Global Poll.
Quase três quartos dos consultados nos EUA disseram que investir em empresas relacionadas à maconha era aceitável do ponto de vista moral, enquanto apenas metade na Europa e 35 por cento na Ásia responderam que não tinham problemas com elas, segundo uma pesquisa trimestral com 562 investidores, analistas e operadores assinantes da Bloomberg.
As porcentagens foram semelhantes para aqueles que consideraram moralmente aceitável investir em empresas fabricantes de armas, mostrou a pesquisa.
Nos EUA os estigmas sociais ficam em segundo plano quando o assunto é ganhar dinheiro, segundo Benjamin Dunn, presidente da Alpha Theory Advisors em Crested Butte, Colorado, onde o uso recreativo de maconha foi legalizado neste ano.
“Eu acho que não existe nenhum gestor de fundos vivo que não investiria em algo como maconha, a menos que sua base de investidores dissesse que não”, disse Dunn, que participou da pesquisa. “Se é possível gerar um bom retorno neste espaço, eles não deixam que o senso de moralidade atrapalhe o caminho”.
Entre os participantes americanos, 19 por cento disseram que era inaceitável investir em empresas relacionadas à maconha, contra 37 por cento na Europa e 43 por cento na Ásia, mostrou a pesquisa. Apenas 16 por cento dos americanos que responderam disseram que era inaceitável investir em empresas de armas, contra 39 por cento na Europa e 45 por cento na Ásia.
A Bloomberg Global Poll foi realizada nos dias 15 e 16 de julho pela Selzer Co., uma empresa com sede em Des Moines, Iowa, e tem uma margem de erro de 4,1 pontos porcentuais para mais ou para menos.
Os americanos estão mudando de ideia em relação à maconha à medida que a opinião pública se volta contra as leis que proíbem a maconha desde os anos 1930.
‘Do início’
O uso recreativo da erva agora é legal em Washington e Colorado, e com a derrota em 16 de julho de uma emenda proposta na Câmara dos Representantes que buscava evitar que as empresas relacionadas à maconha usassem o sistema bancário dos EUA, o momento é favorável para investir.
É o que pensa Michael Berger, um jovem de 25 anos de idade de Miami que deixou um cargo de analista na Raymond James Financial Inc. para criar a Technical420, uma empresa de pesquisas para ações relacionadas à maconha.
Um índice de 17 ações relacionadas à maconha identificadas por Berger subiu 30 por cento em relação à sua baixa em abril após sofrer um golpe em março quando a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA interrompeu a negociação de várias ações devido a atividades suspeitas.
A GW Pharmaceuticals PLC, que desenvolve medicamentos sob prescrição com base na cannabis para o tratamento de câncer e outras doenças, saltou 94 por cento neste ano, para US$ 80,70.
“Você só tem algumas poucas chances na vida para entrar em um setor desde seu início”, disse Berger.
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1. Onde há fumaça, há fogo
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1/12 (PABLO PORCIUNCULA/AFP/Getty Images)
São Paulo - Entre as cidades americanas que proíbem a
maconha, as que permitem o consumo apenas para fins médicos e as que permitem o uso recreativo, qual seria a mais, digamos, envolvida com a droga? Um levantamento de dados do
Motovo Real Estate, dos
Estados Unidos, uniu vários critérios para achar a cidade mais "fissurada" na droga: onde o uso é permitido - para fins médicos ou recreativos -, onde há mais pontos de venda e leis flexíveis. A lista é dominada por cidades dos estados do Colorado e da
Califórnia. O primeiro, logo no começo do ano, se tornou o primeiro dos Estados Unidos a legalizar a venda da erva para maiores de 21 anos. Já a Califórnia tem um histórico mais libertário com a cannabis há mais tempo. Por lá, há droga é descriminalizada e o uso medicinal é permitido. A pesquisa selecionou os seguintes critérios que seriam levados em conta: pontos de venda de maconha per capita; números de residentes que possuem cartões para uso de maconha para fins medicinais; lojas dedicadas à cultura da cannabis per capita. Depois: número de eventos e festivais relacionadas à maconha; se a maconha é ou não legal no estado; se a maconha para uso médico é ou não legal no estado; e se a maconha é ou não descriminalizada no estado. Veja a seguir o top 10 americano:
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2. 1. Denver, Colorado
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2/12 (Marc Piscotty/Getty Images)
Em Denver, 2.1% dos residentes tem um cartão que permite a compra da droga para fins medicinais. Lá, há uma loja do ramo para cada 3.780 moradores.
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3. 2. Colorado Springs, Colorado
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3/12 (Joe Amon/The Denver Post via Getty Images)
Apesar de não ser muito grande (cerca de meio milhão de habitantes), a cidade é a 13ª no país com mais pontos de venda da droga per capita. Há uma loja por 14.213 habitantes. Já no ranking dos "head shops", que vendem todo o aparato para a droga e costumam atrair os entusiastas da cultura cannabis, ela está em 31º lugar.
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4. 3. Seattle, Washington
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4/12 (Ron Wurzer/Getty Images)
A cidade está em terceiro entre as que mais tem pontos de venda da droga per capita: um para 4.850 pessoas. Por lá, 1,46% dos cidadãos tem um cartão médico para uso da droga.
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5. 4. San Bernardino, Califórnia
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5/12 (Kevork Djansezian/Getty Images)
Está em 17º em número de lojas (1 para 23.668 pessoas). Já no número de "head shops", está em primeiro: um para 8.876 pessoas. Também é a líder em eventos e festivais. No número de pessoas com cartões médicos, está em quinto: 1,47% dos residentes tem um.
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6. 5. Aurora, Colorado
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6/12 (Marc Piscotty/Getty Images)
Ela está em primeiro entre as cidades com mais pessoas que têm o cartão médico da droga (2,1%). Em pontos de venda, está em 38º lugar.
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7. 6. Santa Ana, Califórnia
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7/12 (Justin Sullivan/Getty Images)
Está em 7º na lista dos pontos de venda per capita (1 para 8.903 pessoas) e 2º em número de "head shops".
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8. 7. Irvine, Califórnia
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8/12 (Justin Sullivan/Getty Images)
Está em 5º lugar no ranking das cidades com mais cidadãos que possuem o cartão médico para uso da droga: 1,5%.
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9. 8. São Francisco, Califórnia
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9/12 (ROBYN BECK/AFP/Getty Images)
Em head shops, está na 20ª colocação: um para 47.813 pessoas. Em eventos, está no top 25. Já em pontos de venda da droga, está em 11º: um para 10.421 habitantes.
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10. 9. Sacramento, Califórnia
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10/12 (MARK RALSTON/AFP/Getty Images))
Por lá, há uma loja para cada 8.141 pessoas (6ª posição). Em termos de head shops, está em 42º lugar, mas é um dos locais com mais festivais e eventos dedicados à cannabis.
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11. 10. Los Angeles, Califórnia
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11/12 (David McNew/Getty Images)
Los Angeles ficou um pouco atrás do ranking por ser uma cidade muito populosa, então perde na lista dos locais com mais lojas per capita. Mesmo assim, tem 10.324 lojas para 3,8 milhões de pessoas. Além disso, ela tem mais pessoas com o cartão médico que permite o uso da droga que qualquer outra cidade: 56.111 pessoas (1.5% do total).
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12. Agora veja como é a situação da droga ao redor do mundo
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12/12 (Gilles Mingasson/Getty Images)