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Americanas inicia ação arbitral contra ex-diretores por fraude contábil de R$ 25 bilhões

Medida foi aprovada pelos acionistas da varejista em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) realizada em dezembro de 2024

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 11 de março de 2025 às 19h20.

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A Americanas deu início nesta terça-feira, 11, a um procedimento arbitral contra quatro ex-diretores da empresa, envolvidos na fraude contábil que levou a varejista a um processo de recuperação judicial em 2023.

A companhia busca a condenação dos ex-executivos Miguel Gutierrez, Anna Saicali, Thimoteo Barros e Márcio Cruz, com a obrigação de reparar os prejuízos materiais e imateriais causados pela fraude, que resultou em perdas superiores a R$ 25 bilhões.

A medida foi aprovada pelos acionistas da Americanas em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) realizada em dezembro de 2024. A arbitragem será conduzida pela Câmara de Arbitragem do Mercado da B3, Bolsa de Valores de São Paulo.

Em comunicado, a varejista reafirma que é a maior interessada no esclarecimento dos fatos e na responsabilização civil e criminal de todos os envolvidos. A empresa também enfatiza que continuará com sua conduta responsável e diligente na divulgação de informações, seguindo as determinações judiciais e das autoridades envolvidas nas investigações sobre o caso.

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A fraude contábil e a investigação

A Americanas buscará o reembolso das despesas com a arbitragem e revelou que, após a descoberta das inconsistências nas finanças da empresa, foi criado um comitê de investigação independente. Este comitê apurou que a antiga diretoria da empresa cometeu fraude contábil, manipulando as demonstrações financeiras e ocultando informações cruciais do Conselho de Administração e do mercado.

Gutierrez deixou a empresa em 31 de dezembro de 2022, e Barros foi afastado de suas funções executivas em fevereiro de 2023, renunciando em maio de 2023.

Já Saicali e Cruz foram desligados pela empresa em junho de 2023, juntamente com outros ex-executivos, após a constatação das fraudes.

Segundo a companhia, as evidências confirmaram a fraude contábil, que se caracterizou principalmente por lançamentos indevidos na conta Fornecedores, o uso de contratos fictícios de VPC (verbas de propaganda cooperada) e operações financeiras conhecidas como risco sacado.

Essas descobertas foram encaminhadas ao Ministério Público Federal (MPF), à Polícia Federal (PF) e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A Polícia Federal já havia deflagrado, em junho de 2023, a Operação Disclosure, que levou à prisão de Gutierrez e Saicali, que estavam fora do Brasil. A operação resultou no sequestro de bens e valores dos ex-executivos, somando mais de meio bilhão de reais.

Repercussão e crise financeira

A fraude contábil resultou em uma grave crise financeira para a Americanas, que recorreu ao processo de recuperação judicial. Como parte da reestruturação, a empresa fez um aumento de capital, e bancos se tornaram sócios, junto ao trio de bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, com 50,01% das ações.

Em julho de 2023, após a operação da PF, a investigação ainda continuava, e a empresa se viu forçada a tomar medidas para lidar com os impactos da fraude, que afetou diretamente sua credibilidade e estrutura financeira.

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