Americanas (AMER3): ações buscam alguma recuperação depois do susto da véspera (Americanas S.A./Divulgação)
Beatriz Quesada
Publicado em 13 de janeiro de 2023 às 14h09.
Última atualização em 13 de janeiro de 2023 às 18h31.
As ações da Americanas (AMER3) lideraram as altas do Ibovespa nesta sexta-feira, 13, e disparam 16% depois de terem derretido 77% ontem. Na máxima, os papéis chegara a subir 58%.
O dia foi de busca de recuperação depois do escândalo que apontou um buraco de R$ 20 bilhões em “incosistências contábeis” no balanço da empresa e culminou com a renúncia do CEO Sérgio Rial e do CFO André Covre com menos de 10 dias de cargo.
A recuperação, no entanto, não foi sinal de calmaria. “O mercado ainda está digerindo. Ontem muita gente realizou posição e foi movimento de manada. Pode demorar alguns dias até que o papel alcance um equilíbrio de preço”, avalia José Simão, sócio da Legend Investimentos.
Simão lembra ainda que existem muitas lacunas no imbróglio. Não se sabe quem são os responsáveis pelo problema ou por que ele não foi encontrado antes pela auditoria PwC, que auditou os balanços da Americanas.
Existe ainda um aumento nas posições vendidas em Americanas, que cresceu 580% entre o fim do segundo trimestre do ano passado e o pregão de quarta-feira, 11, quando foram encontradas as inconsistências.
O mercado segue em suspenso tanto que, nesta sexta, o Credit Suisse colocou a ação da Americanas sob revisão de recomendação, seguindo os passos do Itaú BBA.
Do mesmo setor, a Magazine Luiza (MGLU3) acompanhou as altas da Americanas. Vale lembrar que, na véspera, os papéis da Magalu foram o principal destaque positivo do dia, totalizando uma alta de mais de 12% no acumulado dos dois últimos pregões.
Como adiantado no EXAME In, Magalu e Via (VIIA3) se apressaram para explicar a investidores que utilizam práticas contábeis diferentes das aplicadas pela Americanas. O chamado ‘risco sacado’, que foi o grande vilão no caso da Americanas, tem abordagem completamente diferente em suas duas principais concorrentes.
A Via, cujas ações desabaram 5% na véspera, hoje caiu mais 3,6%.
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