Linha de produção da Usiminas: crítica se baseia na origem da chegada da Ternium ao grupo de controladores da siderúrgica (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 2 de outubro de 2014 às 18h38.
Rio - A disputa societária entre Ternium e Nippon Steel dentro do bloco de controle da Usiminas é uma consequência de modelos societários "perniciosos" ao mercado de capitais, avalia o presidente da Associação de Investidores no Mercado de Capitais (Amec), Mauro Cunha.
"A briga dos controladores da Usiminas mostra que o poder de controle traz benefícios desproporcionais em relação às participações acionárias. O desalinhamento de interesses pressupõe que alguém pague a conta, nesse caso o acionista minoritário", afirma.
A crítica de Cunha se baseia na origem da chegada da Ternium ao grupo de controladores da siderúrgica, no fim de 2011.
Na época, a companhia comprou, por meio de suas subsidiárias Siderar e Confab, as participações de Votorantim, Camargo Corrêa e Caixa dos Empregados da Usiminas (CEU).
O negócio de R$ 5 bilhões deu à Ternium 27,7% do capital votante da siderúrgica mineira. O preço pago por ação foi de R$ 36, um ágio de 83% sobre o valor da cotação do papel na véspera do anúncio.
Na época a Amec protestou contra o fato de a operação ter sido realizada sem uma oferta pública de aquisição de ações (OPA) que desse aos minoritários o direito de vender sua participação com valor proporcional ao que foi fixado pela parcela do controle vendida à Ternium.
É o chamado "tag along".
O caso chegou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na época, mas a autarquia considerou que o negócio não resultou em mudança relevante de controle na Usiminas porque a japonesa Nippon Steel, agora opositora da Ternium, continuou como majoritária no bloco controlador, com 29,45% das ações, e a previdência da Usiminas continuou no grupo.