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Ambev vende mais Stella e Corona, mas volume cai e lucro fica 15% menor no 2º tri

Embora o momento do setor seja mais fraco do que um ano antes, companhia conseguiu melhorar margem no Brasil com queda de custos

Stella Artois: rótulos premioum cresceram 35% em volume (Jock Fistick/Bloomberg/Site Exame)

Stella Artois: rótulos premioum cresceram 35% em volume (Jock Fistick/Bloomberg/Site Exame)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 3 de agosto de 2023 às 06h31.

Última atualização em 3 de agosto de 2023 às 12h10.

A Ambev, dona das cervejas Brahma, Skol e Antarctica e do Guaraná Antarctica, reportou um lucro líquido 15,2% menor no segundo trimestre, a R$ 2,6 bilhões. O volume total do grupo, que considera também operações nas Américas do Sul e Central e no Canadá, caiu 2,2%, enquanto recuou 2,5%  no Brasil (2,5% em cerveja e 2,2% em bebidas não alcoólicas).

Na comparação com o mesmo período o ano passado, a última linha do balanço é prejudica pelo efeito de R$ 1,23 bilhão em créditos tributários no resultado de 2022. Porém, a empresa observa que a receita líquida permaneceu resiliente, no trimestre, cresceu 5,1%, ou 20% organicamente.

Enquanto isso, as pressões de custos continuaram a desacelerar, o que levou ao crescimento de 34% no resultado orgânico do Ebitda e à expansão de 3 pontos percentuais da margem Ebitda ajustada em todas as unidades de negócios. Se considerados os resultados reportados, o Ebitda caiu 4,7%, para R$ 5,27 bilhões e a margem recuou 2,9 pontos percentuais para 27,9%. 

Como o preço das commodities recuou, a companhia passou a prever um custo menor para a unidade de cerveja no Brasil. "Em razão da inflação mais baixa e do melhor desempenho dos preços de commodities não cobertas por hedge (como cevada e energia), combinado com eficiências adicionais em nossas operações, atualmente esperamos que o CPV/hl excluindo depreciação e amortização (excluindo a venda de produtos de marketplace não-Ambev) de Cerveja Brasil aumente entre 2,5% e 5,5% no ano", observa a companhia.

Mais premium, melhor rentabilidade e menos volume

A queda de 2,5% no volume vendido da unidade de Cerveja Brasil ficou em linha com a expectativa de mercado: o Bank of America, por exemplo, previa queda de 2,4%. Nessa operação, a companhia tem sido vocal em seu objetivo de obter um melhor Ebitda ao fim do exercício fiscal.

Por isso, tem feito esforços para o avanço das marcas super premium e premium, de maior valor agregado. Esses rótulos, como Original, Spaten, Stella Artois, Corona e Becks, reportaram um volume 35% maior no trimestre - mas avançaram 180% no primeiro semestre quando comparado a 2019, pré-pandemia. A marca Heineken, uma das principais concorrentes nesse segmento, reportou avanço de 8% a 9% no segmento premium e mainstream, que inclui também Amstel.

No período, a Ambev conseguiu um aumento de 10% da receita líquida da operação (em linha com a Heineken), o que veiopor um avanço de 12,9% na receita por hectolitro de cerveja (cada hectolitro correpsonde a cem litros). O custo por hectolitro excluindo depreciação e amortização evoluiu apenas 6,1%, no entanto. Esse cenário aumentou o lucro bruto em 16%.

O Ebitda da operação terminou em R$ 2,30 bilhões, considerando ajustes. Esse número é 10,5% menor, mas 29,7% organicamente. 

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