Fábrica da Ambev (Germano Lüders/Exame)
Da Redação
Publicado em 1 de março de 2017 às 18h59.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h33.
Dona das cervejas oficiais do carnaval das grandes cidades brasileiras, a Ambev atraiu a atenção de muita gente durante a folia desta semana. Nesta quinta-feira, seu desafio será animar os investidores com seu balanço do quarto trimestre. Vai ser difícil: enquanto o Ibovespa acumula alta de 61% nos últimos 12 meses, os papéis da companhia subiram apenas 2% no mesmo período.
O ano de 2016 foi complicado e a Ambev já avisou que não conseguiu fechar com a mesma receita de 2015. A margem de lucro no terceiro trimestre foi a pior em 12 meses e o volume de cervejas vendido voltou ao patamar de 2009. A margem operacional da companhia, motivo de orgulho na para seus executivos, caiu para o menor patamar em 10 anos — passou de 52,4% em 2015 para 38,2%. Com a crise econômica, pela primeira vez em mais de cinco anos a Ambev não conseguiu reajustar os preços em linha com a inflação. As estratégias de vender mais cervejas premium e embalagens retornáveis também está demorando a decolar.
Para o quarto trimestre, mais uma vez os resultados vieram abaixo do padrão ao qual a Ambev acostumou seus investidores, e confirmaram que 2016 foi um ano a ser esquecido para a companhia. A receita consolidada de 2016 caiu 2,4%, para 45,6 bilhões de reais, o volume vendido encolheu 5,5% e o lucro despencou 10,7%.
O ano de 2017 deve ser duro para uma empresa acostumada a liderar com (muita) folga o mercado brasileiro de cervejas. Sua participação, hoje em 67%, vem caindo no país e agora sua maior concorrente global, a Heineken, assumiu a vice-liderança com 18,7% ao comprar a Brasil Kirim, em fevereiro. A teleconferência de resultados, que terá início às 13h nesta quinta, deve dar pistas de se o pior já passou, ou se esse cenário de competição mais acirrada e margens menores é o novo normal para a maior cervejaria do Brasil.