Ambev: ações da empresa de bebidas podem se beneficiar da queda de preços das commodities (Jonne Roriz/Bloomberg via/Getty Images)
Beatriz Quesada
Publicado em 13 de julho de 2022 às 15h04.
Última atualização em 14 de julho de 2022 às 17h04.
As ações da Ambev (ABEV3) saltaram 5,66 e lideraram os ganhos do Ibovespa nesta quarta-feira, 13, após nova recomendação do JPMorgan. O banco americano elevou a recomendação para os papéis da empresa de bebidas de neutra para overweight — equivalente à compra — pela primeira vez desde o início da cobertura das ações em 2018.
O novo preço-alvo para os papéis subiu de R$ 15 para R$ 17, o que representa um potencial de alta (upside) de 23% considerando o fechamento do último pregão, quando a ação era cotada a R$ 13,79.
As commodities são a razão da mudança. “A queda dos preços das commodities é o gatilho que esperávamos para uma atualização tática”, avaliam, em relatório, os analistas liderados por Lucas Ferreira.
O relatório calcula que 50% do custo dos produtos vendidos (CPV) da Ambev está atrelado a commodities, sendo o alumínio o mais relevante, representando aproximadamente 30% do total.
A faixa histórica de negociação da empresa, considerando o múltiplo preço/lucro, é de 20 a 25 vezes, mas a ação negocia atualmente a um múltiplo de 16 vezes, o que indicaria um bom momento de entrada nos papéis.
Analistas destacam ainda que a empresa está bem posicionada com as marcas Brahma duplo malte e Spaten. O BEES, marketplace para bares e restaurantes, e o Zé Delivery, aplicativo de entrega de bebidas, também contribuem para a resiliência da empresa frente seus pares.
"Ainda vemos a Heineken superando o mercado devido ao seu forte valor de marca e
aumentando a capacidade de produção, mas nossa pesquisa com clientes mostra que a Ambev
a preferência da marca vem se atualizando impulsionada pela inovação. Achamos que a concorrência está finalmente se tornando uma preocupação secundária para a tese de investimento da Ambev”, informa o relatório.