Invest

Amazon suspende pedidos de fornecedores da China após anúncio de tarifas de Trump

Ainda não se sabe ao certo a extensão dos cancelamentos, nem quantas categorias de produtos foram impactadas

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 9 de abril de 2025 às 15h22.

Última atualização em 9 de abril de 2025 às 17h14.

Tudo sobreAmazon
Saiba mais

A Amazon cancelou vários pedidos de produtos fabricados na China e em outros países da Ásia, como uma forma de reduzir a exposição da companhia às tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

As informações foram divulgadas pela Bloomberg antes do anúncio de Trump de pausar as tarifas recíprocas por 90 dias, com exceção à China, que viu seus produtos sendo taxadas em 125% com a nova política do republicano.

Pedidos de cadeiras de praia, patinetes, ar-condicionado e outros itens de vários fornecedores da Amazon foram suspensos após o anúncio de Trump, em 2 de abril, sobre planos para impor tarifas a mais de 180 países e territórios, incluindo China, Vietnã e Tailândia.

Os cancelamentos repentinos, sem aviso prévio, levaram os fornecedores a suspeitar que isso fosse uma resposta às tarifas. A empresa havia destacado disputas comerciais internacionais como um risco potencial em seu relatório anual divulgado em fevereiro.

Não está clara a extensão de cancelamentos nem os tipos de produtos afetados pela medida.

De acordo com a Bloomberg, um vendedor que fornece cadeiras de praia fabricadas na China para a Amazon há mais de uma década recebeu um e-mail da empresa na semana passada informando que certos pedidos de compra foram cancelados "por engano" e instruiu o vendedor a não enviar os produtos.

O vendedor relatou que um pedido no valor de US$ 500.000 foi cancelado depois que as cadeiras já haviam sido fabricadas

Guerra comercial entre China e Estados Unidos

Na semana passada, Trump anunciou que taxaria quase todos os países do mundo com tarifas de importação a partir de 10%. Essa cobrança entrou em vigor no sábado. No momento do anúncio, o governo norte-americano cobrou taxas recíprocas de 34% de Pequim.

Nesta quarta, 9, entraram em vigor as tarifas adicionais. Assim, a União Europeia passou a ser cobrada em 10% no sábado e em mais 10% agora, somando 20%. Também entraram em vigor tarifas extras contra outros países e blocos, como Vietnã (46%) e Japão (24%).

Com essas medidas, ao se somar a outras taxas, a cobrança sobre produtos chineses enviados aos EUA subiria para 104%, por exemplo.

Como resposta à tarifa extra de 50% imposta por Trump, a China anunciou nesta manhã que vai impor tarifas adicionais de 84% sobre os produtos importados dos Estados Unidos. As novas tarifas da China entrarão em vigor a partir de 10 de abril, segundo o comunicado oficial do governo chinês.

Acompanhe tudo sobre:AmazonChinaEstados Unidos (EUA)Donald Trump

Mais de Invest

O que são fundos quantitativos e como eles utilizam algoritmos para investir

Goldman Sachs descarta previsão de recessão nos EUA após suspensão de tarifas

Fed vê risco de inflação mais alta e persistente devido às tarifas de Trump