Redação Exame
Publicado em 10 de abril de 2025 às 10h54.
A Amazon (AMZN) enfrenta um cenário desafiador, marcado pela incerteza das tarifas comerciais impostas pelo presidente Donald Trump a países como a China.
Em uma entrevista recente à CNBC, o CEO da empresa, Andy Jassy, afirmou que, embora a companhia continue a buscar manter os preços baixos para os consumidores, os vendedores online poderão ter que repassar alguns dos custos gerados pelas tarifas.
A declaração aconteceu depois de Trump anunciar novas tarifas sobre produtos importados da China, uma das principais fontes de estoque da Amazon. Jassy, que assumiu o cargo de CEO em 2021, destacou que o mercado está em constante mudança e que "a empresa precisa estar preparada para o que acontecer".
O CEO também abordou a reação dos consumidores desde o aumento das tarifas, observando que, até o momento, não houve grandes mudanças no comportamento das compras. Embora Trump tenha suspendido muitas das tarifas na quarta-feira, ele manteve as imposições sobre a China, o que pode afetar diretamente a cadeia de suprimentos global da Amazon.
“Analisamos todas as coisas que podem impactar os consumidores e clientes,” disse ele na em entrevista à CNBC. “É difícil saber o que realmente vai acontecer. Há muita instabilidade no momento.”
Na sua carta anual aos acionistas, Andy Jassy detalhou as principais prioridades estratégicas da Amazon para o futuro próximo. O CEO destacou, em especial, a forte aposta da empresa em inteligência artificial (IA), com ênfase nos projetos da Amazon Web Services (AWS).
Para 2025, a Amazon planeja investir uma parte significativa dos US$ 100 bilhões em capital destinados a inovações de IA, com o objetivo de expandir seus data centers e aprimorar sua oferta de soluções de computação em nuvem.
Jassy também abordou os avanços da Amazon no setor de saúde, mencionando o crescimento das iniciativas Amazon Pharmacy e Amazon One Medical, e reforçou que a empresa continuará a “evoluir rapidamente” nessas áreas. O objetivo é melhorar a experiência do consumidor e expandir sua presença no mercado de cuidados médicos.
Além disso, o CEO enfatizou que a Amazon está passando por uma transformação cultural significativa. Jassy tem trabalhado para reduzir a burocracia interna, removendo processos que dificultam a inovação.
A empresa, que recentemente passou por uma reestruturação e demitiu dezenas de milhares de funcionários, também mudou sua política de trabalho remoto. Agora, os colaboradores são obrigados a retornar ao escritório, uma decisão que visa restaurar a cultura acelerada da Amazon, reconhecida por sua alta exigência e foco em resultados.
Na carta, Jassy ainda mencionou uma pesquisa interna realizada pela empresa, que gerou quase 1.000 respostas de funcionários sobre a burocracia desnecessária. "Construtores odeiam a burocracia. Isso os frustra e os impede de fazer o que vieram fazer aqui", afirmou Jassy, deixando claro o compromisso da Amazon em remover os obstáculos que dificultam o trabalho eficiente de seus colaboradores.