Saks Fifth Avenue agora vai se tornar Saks Global com o negócio concretizado (Divulgação)
Repórter colaborador
Publicado em 4 de julho de 2024 às 06h43.
Última atualização em 4 de julho de 2024 às 15h09.
Em um acordo que mostra como as coisas estão ficando no varejo de luxo, a dona da Saks Fifth Avenue está comprando a empresa rival de lojas de departamentos Neiman Marcus por US$ 2,65 bilhões, informou o The Wall Street Journal.
A Amazon, que há muito tenta aumentar as suas ofertas de luxo como parte do seu conceito de “loja de tudo”, e a Salesforce também vão entrar na operação nisso, com ambas a assumir participações minoritárias na nova empresa, a Saks Global. A dupla fornecerá suporte tecnológico e logístico ao mais recente gigante do luxo.
À medida que o comércio eletrônico e o poder de conglomerados de luxo como a LVMH e a Kering têm crescido, os grandes varejistas enfrentam enormes desafios. Em 2020, a Lord & Taylor pediu falência. A Macy's anunciou em fevereiro que fecharia 150 lojas nos próximos três anos.
A tendência, segundo especialistas, é que as antigas lojas de departamentos podem tornar-se locais para visitar, mas não comprar. Em vez de desembolsar US$ 2.600 na hora por uma bolsa, clientes podem ir para casa e pensar no assunto – e procurar no Google. Talvez haja até um código de desconto disponível em varejistas de comércio eletrônico, como Net-a-Porter ou Moda Operandi, já bastante conhecidos. Por isso o varejo da moda precisa se reinventar. E a situação descrita é cada vez mais comum.
É importante notar que a Saks Global tem uma fração do tamanho de outras potências de luxo. O WSJ estimou que o negócio combinado teria cerca de US$ 10 milhões em vendas no varejo – pouco mais de 10% dos US$ 94 bilhões arrecadados pela LVMH no ano passado.
Podem ser exatamente esses conglomerados, que possuem marcas importantes como Louis Vuitton e Dior (LVMH) e Gucci e Saint Laurent (Kering), que a nova Saks está tentando se afastar afastar, especialmente porque muitos têm suas próprias lojas ou comércio eletrônico.
Combinadas, a Saks e a Neimans terão mais poder de negociação com designers, forçando-os a serem menos rígidos sobre os canais de varejo e a conseguir cortar certos custos logísticos. A nova empresa pode usar essas verbas para impulsionar o marketing ou a experiência na loja para rivalizar com as boutiques de marca.