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Itaú BBA reduz preço-alvo da Petrobras após reajuste

Corretora reduziu o preço-alvo da estatal em 2015 para 23,7 reais por ação, ante a previsão anterior de 25 reais


	Posto em Brasília: Petrobras anunciou reajuste de 3% para a gasolina e de 5% para o diesel
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Posto em Brasília: Petrobras anunciou reajuste de 3% para a gasolina e de 5% para o diesel (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 7 de novembro de 2014 às 18h12.

Rio de Janeiro - O Itaú BBA reduziu o preço-alvo da Petrobras em 2015 para 23,7 reais por ação, ante a previsão anterior de 25 reais, um dia após o anúncio do tão esperado reajuste de preços dos combustíveis, o qual a instituição classificou como uma "vitória de Pirro", em referência à conquista do rei grego obtida com grandes custos.

O rebaixamento, acrescentou o banco em relatório publicado nesta sexta-feira, acontece diante de um cenário de preços do petróleo mais baixos, desvalorização do real frente ao dólar e da falta de transparência na política de preços de combustíveis, apesar da ascensão da produção de petróleo da companhia.

O Itaú BBA também citou o endividamento da companhia, um dos fatores que levaram a agência de classificação de risco Moody's a rebaixar o rating da estatal recentemente.

A estatal anunciou reajuste de 3 por cento para a gasolina e de 5 por cento para o diesel, na quinta-feira, abaixo do necessário para recuperar as fortes perdas com importações no ano.

"Deixando de lado uma possível reação positiva de curta duração para o aumento, vemos risco de queda de desempenho da Petrobras, especialmente se a moeda continuar a depreciar", disse relatório do Itaú BBA.

O banco trabalha ainda com um cenário de ausência de novos reajustes de preços em 2015 e preços do petróleo mais baixos, o que pode prejudicar ainda mais os ganhos para a empresa.

O Itaú reviu suas perspectivas para o preço do petróleo Brent para 85 dólares por barril em 2015, ante a previsão anterior de 100 dólares.

Dessa forma, considerando o dólar a 2,45 reais no próximo ano, o banco reduziu em 16 por cento as estimativas de lucro líquido para a Petrobras em 2015, para 21,9 bilhões de reais, levando a uma relação dívida líquida sobre lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 4,7 vezes.

Mas caso o dólar chegue a 2,75 reais, o lucro líquido em 2015 poderá somar 15,6 bilhões de reais e a relação dívida líquida/Ebitda subir para 5,5 vezes no fim do ano.

Os papéis da Petrobras chegaram a abrir em alta na esteira do reajuste.

O ânimo de investidores logo perdeu fôlego e as ações foram para o negativo, passando a cair mais de 3 por cento, com participantes do mercado afirmando que o aumento da gasolina e do diesel veio abaixo do esperado.

A final, a ação preferencial fechou em alta de 1,49 por cento.

Política de Preços

Para analistas de mercado, a política de preços permanece um elemento chave para a recuperação da confiança dos investidores, diante de todas as perdas enfrentadas pela empresa com a importação de combustíveis nos últimos anos.

"A nosso ver, infelizmente, segue a política de costume de sacrificar os aumentos de preços para apoiar a macro-agenda política", afirmou o Itaú BBA.

O governo brasileiro, sócio majoritário da petroleira, controla os preços dos combustíveis e evita que oscilações do preço do barril do petróleo interfira no mercado interno.

Nos últimos anos, a área de Abastecimento da estatal sofreu grandes perdas ao importar combustíveis para suprir a demanda interna, já que os preços no país foram mantidos em patamares mais baixos do que no exterior.

Segundo cálculos do Itaú BBA, apenas no primeiro semestre deste ano, a Petrobras teve perdas de 2,9 bilhões de reais com importações de gasolina e diesel.

Relatório publicado pelo Goldman Sachs, após o anúncio dos reajustes, disse que a Petrobras pode enfrentar uma decisão complexa para manter seu fluxo de caixa em níveis sustentáveis em um cenário potencial de enfraquecimento da moeda.

A decisão, segundo o banco, seria entre aumentar os preços domésticos --com implicações para a inflação--, cortar investimentos ou acessar mercados de dívida.

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