Bolsa de Lisboa: altas europeias são impulsionadas pela robustez da economia dos EUA (Mario Proenca/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 26 de setembro de 2014 às 13h25.
Lisboa - A bolsa de Lisboa encerrou em alta, após três dias de quedas consecutivas, apoiada nas subidas superiores a dois pct dos pesos-pesados EDP e Portugal Telecom, em linha com as pares europeias impulsionadas pela robustez da economia dos EUA.
"A bolsa nacional recuperou hoje depois de três dias de quedas sucessivas, levando a que títulos como a EDP ou a PT também recuperem das descidas recentes", explicou Paulo Rosa, trader da GoBulling.
O índice de referência nacional, PSI20, fechou a ganhar 0,67 pct para 5.717,68 pontos, com sete dos actuais 18 títulos em alta, tendo sido negociados 274 milhões de acções ou 92 milhões de euros (ME).
A EDP-Energias de Portugal valorizou 2,5 pct para 3,404 euros e a Portugal Telecom ganhou 2,05 pct para 1,69 euros.
Suporte adicional do BPI que subiu 1,9 pct para 1,665 euros, após ter anunciado que reforçará o rácio de capital Common Equity Tier 1 (CET1) em 1,25 pontos percentuais (p.p) para 9,9 pct, muito acima do mínimo regulamentar, se os seus accionistas aprovarem a adopção do regime de impostos diferidos (DTAs) em Outubro, nas vésperas dos testes de 'stress' do BCE.
O Millennium bcp ganhou 0,98 pct para cotar em 0,103 euros, ao passo que o Banif caiu 2,41 pct para 0,0081 euros.
Fora do PSI20, a Espírito Santo Saúde recuperou das quedas registadas durante grande parte da sessão e fechou inalterada em 4,87 euros, ainda assim um valor superior ao oferecido pelos vários 'palyers' na corrida pelo seu controlo.
Ontem, a José de Mello Saúde anunciou ter desistido da sua Oferta, por ser impossível ter o 'OK' da Autoridade da Concorrência (AdC) até sexta-feira, o limite de tempo que tinha para registar aquele 'bid' concorrente ao dos mexicanos Ángeles.
Por sua vez, a entrada da americana UnitedHealth Group na corrida pela ESS foi oficializada, oferecendo uma contrapartida de 4,75 euros por cada acção.
No mercado secundário de dívida, a taxa de juro das Obrigações do Tesouro portuguesas a 10 anos segue estável em 3,13 pct, acompanhando o movimento de descida das periféricas europeias.
Europa em alta
As principais bolsas europeias fecharam em alta, com ganhos de até 1,88 pct em Milão, impulsionadas pelo fortalecimento da economia norte-americana que, no segundo trimestre de 2014, cresceu ao ritmo mais rápido em dois anos e meio.
Os dados finais do Produto Interno Bruto nos EUA mostraram uma expansão, em linha com o esperado, de 4,6 pct, no segundo trimestre, face aos 4,2 pct preliminares.
Os números da economia norte-americana reforçaram o dólar que se prepara fechar a décima primeira semana de ganhos face a um cabaz de várias moedas.
O euro segue a cair 0,4 pct face à moeda norte-americana, em 1,2699 dólares, após ter tocado ontem em mínimos de quase dois anos.
A travar maiores ganhos na Europa está a queda de 6 pct da seguradora alemã Allianz, após a sua gestora de fundos PIMCO ter visto sair o gestor Bill Gross para a rival Janus Capital Group.
"A notícia está a ter impacto em várias classes de activos, inclusivé nos bonds europeus. As pessoas temem que a Pimco possa começar a vender activos", disse Alexandre Baradez, analista chefe de mercados na IG France.
Por fim, os preços do petróleo negoceiam mistos nos mercados internacionais, com o contrato do Brent, em Londres, a cair 0,25 pct para 96,76 dólares, encaminhando-se para o terceiro mês de quedas, com o aumento das reservas a suplantar qualquer interrupção da que possa vir so Iraque.
Já o Nymex, em Nova Iorque, ganha 0,5 pct para 93,0 dólares o barril. (Por Patrícia Vicente Rua; Editado por Sérgio Gonçalves)