A PDG Realty, maior construtora do país em vendas, caiu 52% nos últimos três meses (Eduardo Monteiro)
Da Redação
Publicado em 28 de maio de 2012 às 08h45.
São Paulo - Operadores estão apostando que as construtoras, grupo de pior desempenho do Ibovespa nos últimos três meses, estão fadadas a continuar caindo depois que o preço dos imóveis aumentou mais de duas vezes mais do que a renda.
A proporção de ações emprestadas de construção civil, uma indicação de vendas a descoberto, é a maior entre todos os setores, segundo dados da Bloomberg. Mais de dez por cento das ações em circulação de MRV Engenharia e Participações SA, Brookfield Incorporações SA, Rossi Residencial SA e PDG Realty SA Empreendimentos e Participações estão emprestadas.
“Não há bem que sempre dure”, disse Gary Garrabrant, fundador e presidente da Equity International, em entrevista por telefone. “Em sete anos, o que conseguimos foi quase a criação e destruição do setor.”
A PDG Realty, maior construtora do país em vendas, caiu 52 por cento nos últimos três meses, enquanto a Gafisa, quarta maior, despencou 46 por cento, a Rossi recuou 45 por cento e a Brookfield, 39 por cento. O Ibovespa apresentou queda de 17 por cento.
O declínio nas ações da MRV está relacionado à aversão dos investidores aos riscos da crise na Europa e não reflete os fundamentos da empresa, disse Leonardo Correa, diretor financeiro, em entrevista por telefone de Belo Horizonte.
As condições de crédito do Brasil são favoráveis, o emprego está estável e as vendas estão em um “bom nível”, disse o diretor financeiro da Brookfield, Cristiano Machado, em entrevista por telefone de São Paulo.
A assessoria de imprensa da PDG não quis comentar e a da Rossi não respondeu aos pedidos de entrevista da Bloomberg.