Reajuste do IOF foi anunciado por Guido Mantega (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 8 de abril de 2011 às 08h09.
São Paulo - A decisão do governo de dobrar a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nos empréstimos à pessoa física de 1,5 para 3 por cento, em mais uma ofensiva para tentar debelar pressões inflacionárias deve dar o tom aos negócios no Brasil nesta sexta-feira e a reação inicial nos ativos financeiros tende a ser basicamente de baixa.
Em nota enviada no final da noite, após uma coletiva com erros de informação, a Fazenda esclareceu que a alíquota diária do IOF para operações de crédito sobre pessoa física passará de 0,0041 para 0,0082 por cento. "Por conseguinte, a alíquota máxima do IOF nessas operações passará de 1,5% para 3 por cento nos empréstimos e/ou financiamentos com prazo de 365 dias ou mais." A Fazenda também informou que a medida se aplica a todos os empréstimos e financiamentos à pessoa física, exceto aos empréstimos imobiliários, que continuam isentos da taxa.
Os juros futuros --principalmente nos vencimentos mais curtos-- devem recuar, tanto pela perspectiva de desaquecimento da economia como pela percepção de que outras medidas estão sendo preferidas ao aumento de juros. Na bolsa brasileira, bancos e consumo podem sofrer, enquanto o dólar tende a seguir sua trajetória de baixa ante o real, uma vez que a medida anunciada não foi relacionada ao câmbio.
No exterior, os principais índices acionários retomavam o viés ascendente após um novo terremoto no Japão na véspera --que chegou a justificar realizações de lucros-- não provocar maiores danos. No caso europeu, a alta do juro na zona do euro ajudou a adicionar otimismo sobre a saúde daquela economia, ajudando tanto as ações como o euro, que valorizava-se frente ao dólar.
Poucas novidades marcam a sexta-feira, com o Congresso dos Estados Unidos e a Casa Branca decididos a trabalhar "furiosamente" para destravar o Orçamento norte-americano, enquanto ministros na zona do euro discutem plano de resgate a Portugal --embora não se espere nenhum anúncio. Da agenda externa, destaque para dados de comércio exterior na Europa e estoques no atacado nos EUA.
O europeu FTSEurofirst 300 avançava 0,47 por cento às 7h30, mesma direção adotada pelo futuro do norte-americano S&P-500, que subia 0,35 por cento --4,60 pontos. No Japão, o Nikkei fechou com alta de 1,85 por cento. O índice da bolsa de Xangai terminou em alta de 0,74 por cento. O índice MSCI de ações da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão ganhava 0,45 por cento. O MSCI globais aumentava 0,54 por cento e para emergentes, 0,36 por cento.
No segmento cambial, o euro apreciava-se 0,76 por cento, a 1,4410 dólar. Tal movimento influenciava a queda de 0,55 dólar do índice DXY, que mede o valor do dólar ante uma cesta com as principais divisas globais, apesar da elevação da moeda norte-americana ante o iene, de 0,28 por cento, a 85,27 ienes.
Os preços do petróleo atingiam a máxima em dois anos e meio com conflitos na Líbia voltando a afetar a produção. Nesta sessão, o barril negociado nas operações eletrônicas em Nova York subia 1,12 por cento, a 111,54 dólares. Em Londres, o Brent era transacionado a 124,13 dólares, alta de 1,19 por cento.