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Alívio até quando nos mercados? EUA e China voltam a negociar

O vice-premier chinês Liu He conversou com dois importantes negociadores americanos e agendou reunião em outubro para tratar da guerra comercial

Bolsa de Nova York: índices asiáticos fecharam em alta na madrugada desta quinta-feira, assim como índices futuros de bolsas americanas (Michael Nagle/Bloomberg)

Bolsa de Nova York: índices asiáticos fecharam em alta na madrugada desta quinta-feira, assim como índices futuros de bolsas americanas (Michael Nagle/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2019 às 06h17.

Última atualização em 5 de setembro de 2019 às 07h02.

São Paulo —  No vaivém das negociações comerciais entre China e Estados Unidos, esta quinta-feira deve ser dia de alívio nas bolsas. O vice-premier chinês Liu He conversou na manhã de hoje, horário da China, com dois importantes negociadores americanos, o secretário de Comércio, Robert Lighthizer, e o do Tesouro, Steven Mnuchin.

Os três concordaram na realização de um encontro em outubro, provavelmente em Washington, para tratar de questões comerciais.

A escalada na tensão entre os dois países teve seu último capítulo no domingo, quando os Estados Unidos puseram em prática um nova leva de taxas de 15% sobre 100 bilhões de dólares em importações vindas da China.

Pequim contra-atacou com novas taxas de até 10% sobre produtos americanos, principalmente agropecuários. Uma nova leva de impostos de importação americanos, de até 30%, está prevista para entrar em vigor em primeiro de outubro, desta vez sobre 270 bilhões de dólares em importações chinesas.

Caso Washington e Pequim de fato sentem mais uma vez para negociar, seria o décimo terceiro encontro para tratar de comércio desde a escalada das barreiras, em janeiro. Céticos ao avanço das negociações afirmam que tanto o americano Donald Trump quanto o chinês Xi Jinping utilizam a batalha comercial com propósitos de política interna.

Trump, neste sentido, não pode ceder de olho nas eleições presidenciais do ano que vem. Xi, por sua vez, pressionado por manifestações em Hong Kong, precisa mostrar pulso firme nas relações internacionais.

O Ministério de Comércio da China disse nesta quinta-feira esperar que Pequim e Washington tenham "progresso substancial" nas discussões comerciais programadas para outubro.

O anúncio veio após uma conversa telefônica do vice-premiê chinês Liu He, na manhã desta quinta (pelo horário de Pequim), com o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, e com o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin. Segundo o ministério, o diálogo por telefone foi "muito bom".

O ministério também reiterou que se "opõe fortemente" a uma escalada na guerra comercial com os EUA, mas afirmou que Pequim não irá retirar a queixa que submeteu recentemente à Organização Mundial do Comércio sobre as últimas tarifas americanas impostas a produtos chineses, parte das quais entrou em vigor no último domingo (01).

O ministério afirmou esperar ainda que os EUA parem de pressionar empresas chinesas como a Huawei, gigante de equipamentos de telecomunicação que acabou assumindo papel central na disputa comercial entre Washington e Pequim.

Mesmo com as incertezas ainda em jogo, os investidores devem encarar o possível avanço com otimismo. As principais bolsas asiáticas fecharam em alta nesta quinta-feira, com Tóquio subindo mais de 2% e Xangai avançando 0,96%. Índices futuros dos EUA também subiram na casa de 1% antes da abertura do pregão.

Hong Kong, por sua vez, fechou no zero a zero depois de ter subido 4% na véspera, após anúncio de que o governo da cidade abandonará uma lei de extradição para a China que originou os protestos de rua, há três meses.

O otimismo momentâneo deve ser completado com a notícia de que um Brexit sem acordo ficou mais distante após derrota do primeiro-ministro Boris Johnson ontem no Parlamento. Quando o assunto é política internacional, para os investidores, o futuro é medido de 24h em 24h.

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