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Além da maquininha: o plano da Stone para dobrar o lucro em quatro anos

Integração com a Linx entra de vez na estratégia da empresa, que pretende engajar a base com negócio de software

Anúncio da Stone na Times Square, em NY: companhia pretende focar na combinação de adquirência, banking e software (Stone/Divulgação)

Anúncio da Stone na Times Square, em NY: companhia pretende focar na combinação de adquirência, banking e software (Stone/Divulgação)

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 15 de novembro de 2023 às 15h58.

Última atualização em 15 de novembro de 2023 às 16h10.

A Stone surpreendeu o mercado com um resultado acima do esperado no terceiro trimestre – e, segundo a administração da empresa, os investidores podem continuar com boas expectativas. 

A meta é alcançar um resultado anual de R$ 1,9 bilhão no acumulado de 2024, entregando uma cifra de até R$ 4,3 bilhões em 2027 – mais do que dobrando a última linha do balanço. A ambição foi anunciada no Investor Day da companhia, realizado nesta quarta-feira, 15, em Nova York.

“Construímos um modelo de negócios rentável e gerador de caixa. Agora, temos muitas oportunidades de usar a eficiência para aprimorar a rentabilidade, já que, historicamente, priorizamos a velocidade de crescimento”, explicou o CEO Pedro Zinner.

O principal destaque é o segmento de micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) – que já era prioritário, mas agora ganha um reforço de foco. A Stone pretende crescer acima da média de mercado, alcançando um volume de pagamentos processados (TPV) acima de R$ 600 bilhões em 2027, com uma taxa cobrada por transação (take rate) de 2,7%.

Em entrevista à EXAME Invest, Zinner reforçou que a intenção não é mudar a estratégia, mas deixar a execução transparente e focada nas oportunidades mais rentáveis. O core business segue na adquirência, mas a Stone quer ir além das maquininhas de cartão, integrando os negócios de serviços financeiros e software

A combinação entre os negócios será a força motriz da estratégia de crescimento. O objetivo é avançar dentro da própria base, levando os produtos financeiros para os clientes do negócio de software. Serão quatro frentes prioritárias: varejo, alimentação, farmácias e postos de gasolina, consolidando a Stone como uma solução "one-stop-shop" para seus clientes MPMEs.

“Estamos dando visibilidade para o mercado de quais são as verticais em que conseguimos ver a maior possibilidade de extração de valor fazendo a combinação entre serviços financeiros e software”, reforçou Zinner.

O anúncio amarra a estratégia da Stone de integração com o negócio de software da Linx. Em outubro, a Stone anunciou uma reestruturação para integrar a Linx ao negócio principal da empresa. O movimento era uma demanda antiga do mercado, que vinha pedindo sinais mais claros de combinação de negócios desde a aquisição da Linx em 2020.

A empresa deu destaque ainda à vertente de serviços financeiros, vista como principal alavanca de monetização. “Estamos em uma jornada de expansão da plataforma de serviços financeiros que nasceu em pagamentos e vem evoluindo para soluções de banking e crédito. E aí que está a maior capacidade de monetização da base de clientes – o software entra como um diferenciador”, afirmou Lia Matos, que está à frente da estratégia da Stone.

A vertical de banking ganhou um reforço no início do ano, quando a Stone viu espaço para voltar a conceder crédito. Em 2021, a empresa levou um tombo com a disparada da inadimplência, mas, dois anos depois, já vê espaço para retomar a vertente com cautela.

“Retomamos o produto neste ano, e temos atualmente R$ 113 milhões em carteira de crédito. A meta é alcançar R$ 800 milhões no próximo ano e ir acima de R$ 5,5 bilhões em carteira ao final de 2027”, completou o CFO da Stone, Mateus Scherer.

Para além do crédito, a expectativa é também crescer em outros serviços financeiros. A Stone tem atualmente R$ 4,5 bilhões em depósitos e quer evoluir para R$ 7 bilhões no próximo ano, alcançando R$ 14 bilhões em 2027.

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